A presença de jovens atletas nos treinos da seleção principal masculina acontece há anos durante a pré-temporada no Centro de Treinamento de Saquarema. Desta vez, porém, as caras novas estão ali não apenas como forma de aprendizado, mas pela necessidade latente e composição de um grupo de trabalho. Com oito dos 22 jogadores inscritos para a Liga Mundial ainda envolvidos no Mundial de Clubes ou em suas ligas nacionais, aqueles que já estão em plena atividade no Aryzão se desdobram para a preparação seja o mais eficiente possível.
Um grupo formado majoritariamente por atletas da seleção sub-23 já estava treinando em Saquarema sob o comando de Rubinho, assistente técnico da seleção, desde o início de abril. Após conquistar a Superliga feminina com o Rio de Janeiro, um mês depois, Bernardinho juntou-se ao grupo. Em pequenos blocos, alguns dos principais nomes da seleção também foram se apresentando, mas a base do Cruzeiro, atual campeão da Superliga masculina, segue com o time mineiro no Mundial de Clubes.
Além de William, Isac, Éder e Wallace, o levantador Rapha também disputa a competição de equipes, enquanto Lipe e Maurício Souza estão na reta final da disputa do campeonato turco. Nesta quinta, Sidão ainda deu um susto ao deixar o treino mais cedo para receber atendimento fisioterápico, mas a comissão técnica afirmou não haver razão para preocupação por tratar-se de uma situação rotineira.
Ciente de que não terá todos os atletas à disposição pelo período de tempo ideal, Bernardinho vê a longa duração desta edição da Liga Mundial – praticamente dois meses no novo formato – como um fator positivo para poder organizar melhor a equipe e compensar a pré-temporada "quebrada".
- Para nós o fato desta edição ser mais longa é até bom porque vamos ficar mais tempo juntos. Mas é claro que há muito viagem, você não consegue um volume de trabalho igual a como se estivesse apenas só treinando. Mas com a Liga sendo mais longa, isso nos permite uma preparação um pouco melhor. Vai nos dar condição de passar um tempo mais junto, o que é sempre bom para construir um time. Dependemos de um time coeso, unido, bem entrosado dentro e fora da quadra. Como estamos focando lá na frente, temos tempo durante a Liga para trabalhar com o avião já em voo, em seu curso – disse o treinador.
Levantador titular do Brasil no último ciclo olímpico, Bruninho lamenta que o calendário internacional gere essas dificuldades na preparação da seleção. O atleta acredita, no entanto, que o pouco tempo de trabalho possa ser compensado com alta produtividade nas atividades quando o grupo estiver completo.
- Este intervalo entre o calendário dos clubes e da seleção tem ficado cada vez mais curto. Atrapalhar um pouco, pois os jogadores do Cruzeiro vão chegar praticamente com a Liga já em andamento, e o campeonato na Turquia também termina mais tarde. Fica difícil treinar todo mundo junto, mas temos que aproveitar o tempo com os que estão aqui. Não adianta chorar o leite derramado. É o calendário, então tem que se acostumar e recuperar o tempo perdido dentro de quadra treinando o máximo que a gente puder.
De volta à seleção após um ano ausente para se recuperar de uma cirurgia no ombro, Murilo vê a pressão para que o Brasil volte ao topo do pódio como uma das motivações para a equipe superar estas adversidades. Para o ponteiro, é preciso ter consciência de que a Liga Mundial servirá mais como um teste para o Mundial masculino, disputado na Polônia de 30 de agosto a 21 de setembro.
- Nós ficamos mal acostumados. Foram oito títulos em dez anos, se eu não me engano. Quando a gente fica três anos sem ganhar, a gente mesmo começa a se cobrar um pouco, e vocês também cobram. Esse ano é um ano importante para a gente voltar a vencer. É importante por causa do Mundial, mas também é importante usar a Liga Mundial para a gente ganhar ritmo e confiança para o Mundial – disse Murilo.
A estreia do time comandado pelo técnico Bernardinho na Liga Mundial será no dia 23 de maio, contra a Itália, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. A seleção brasileira está no Grupo A, que também conta com Polônia e Irã.
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