Fofão: ‘Agora é a hora de parar, sinto isso’


Em todo o planeta, não há notícia de uma jogadora de vôlei atuar (em alto nível) aos 45 anos, numa das grandes ligas da modalidade no mundo. E assim será o cenário da despedida final da levantadora Fofão, dona de três medalhas olímpicas, como projeta a própria atleta do Rexona-Ades. A camisa 7 admite que o titulo da Superliga 2013/14 poderia ter sido o "gran finale" ideal para sua carreira. No entanto, o coração bateu mais forte pedindo outra temporada e ela aceitou. Nesta quinta-feira, em evento realizado em Santa Teresa, famoso bairro do Centro do Rio de Janeiro, a veterana, que em 2015 vai completar 30 anos atuando no adulto, anunciou durante a apresentação da equipe carioca para as próximas competições sua decisão de encerrar a carreira.

- Muitos apostavam, depois do título, que eu iria parar. Concordo que seria um momento especial. Mas o atleta, o corpo do atleta, diz quando é a hora de parar. E, eu optei por jogar mais uma temporada. Decidi isso por que ainda me sinto muito feliz dentro das quadras. Vou curtir todos os momentos finais da minha última temporada. E, como sou uma referência, quero ser um bom exemplo paras as meninas até o fim - disse.

Para Fofão, o Rexona-Ades está no nível das principais equipes adversárias. Acostumada com a pressão, ela acredita que o time do Rio de Janeiro tenha reais condições de brigar pelo título, apesar da chegada de cinco novas jogadoras (a oposto Andréia, as centrais Mayhara e Paula, a levantadora Giovanna e ainda chamou de volta a ponteira Natália, que já foi campeã da Superliga com o time do Rio de Janeiro na temporada 12/13). Em sua análise, as experientes vão orientar e motivar as mais jovens. Para a camisa 7, somente durante a competição é que o volume de jogo satisfatório será alcançado

- A equipe ainda precisa de um tempinho para se ajustar. Além das jogadoras que chegaram, ainda temos três atletas que estão voltando da seleção. Nós já jogávamos juntas, mas tem sempre aquele período de readaptação. Acredito que aquelas jogadoras com mais bagagem, naturalmente, terão mais responsabilidade na equipe. Então, eu, Fabi, Natália, por exemplo, ficamos encarregadas disso. Para mim, é tranquilo esse momento. Estou pronta e disposta para passar o que eu puder. Podemos sair atrás de algumas equipes que estão mais entrosadas. Mas vamos igualar na sequência da competição - explicou.

Fofão vai disputar a Superliga Feminina pela 16ª vez - Francisco Junior/AHE!


Atualmente com 44 anos, Fofão teve uma lesão na panturrilha esquerda na última edição do torneio e foi para o sacrifício na final. Com uma atuação brilhante, ela ajudou a equipe carioca a garantir o nono título nacional. Por conta disso, a veterana terá um tratamento especial e será utilizada, principalmente, nos momentos decisivos da Superliga. O treinador Bernardinho já sabe o que fazer para contar com a experiência da levantadora durante toda a temporada. A tendência é que ela seja menos utilizada e dê espaço para a sucessora natural, Roberta.

- A Fofão está sempre feliz, sempre trabalhando com um sorriso no rosto. Estar ao lado dela no dia a dia é prazeroso. O que move uma pessoa de 44 anos a estar no meio de meninas tão novas é a paixão. É isso que move a Fofão. Não tem outra resposta. Vamos utilizá-la da forma correta, para que ela mantenha sua integridade física durante todo o período de trabalho - contou o comandante da equipe carioca, que está à frente do projeto desde a sua criação, em 1997.

Mesmo em sua última temporada profissional, a levantadora ainda é uma das estrelas. Ao lado de Fabi, Juciely e Natalia, elas formam os pilares da equipe. A atleta, que vai disputar a Superliga pela 16ª vez, conta com a dedicação de suas companheiras para conquistarem o décimo título nacional do Rexona/Ades.

- A Fofão é muito mais do que um motivo para conquistarmos esse título. Seria especial por ser o décimo da equipe e encerraria com chave de ouro a carreira dela. Vamos fazer de tudo para dar esse título para ela - prometeu Fabi.

Após o primeiro triunfo na temporada, a conquista do 11º título do Campeonato Estadual seguido, na última segunda-feira, o compromisso da equipe carioca na abertura da Superliga feminina, diante do Rio do Sul, no Tijuca Tênis Clube, está marcado para a próxima sexta-feira, às 21h30m.

Nesta temporada, quando o time mais vitorioso da história do vôlei brasileiro completa seu 18º ano consecutivo, o Rexona/Ades ainda disputa a Copa Brasil, em janeiro, e o Sul-Americano, em fevereiro. Caso conquiste o título na competição continental, terá o direito de disputar o Mundial de clubes, em maio.


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