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Governo corta dinheiro do vôlei

Ary Graça, presidente da FIVB, com o troféu do Mundial de vôlei, na Polônia

A malversação de verba vinda de patrocínios ou convênios com o Ministério do Esporte durante a gestão de Ary Graça na Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) ainda causa estragos na modalidade.

A existência de contratos assinados diretamente entre a CBV e o Banco do Brasil e "intermediados" posteriormente à assinatura por agências de marketing e eventos de pessoas ligadas ao cartola - além de compras realizadas em licitações obscuras comandadas por pessoas de confiança do dirigente, festas pagas com verbas da CBV e contratos superfaturados com escritórios de advocacia de amigos, entre outras mazelas reveladas através da série de reportagens do "Dossiê Vôlei" - fez com que o Ministério do Esporte fechasse a torneira de verba para a CBV este ano.

De acordo com o Ministério do Esporte, através da assessoria de imprensa, "em 2014, até o momento, não houve convênio firmado entre a CBV e o Ministério do Esporte".

O estrago para o esporte brasileiro foi grande. A constatação geral da má administração e da dilapidação das verbas foram definitivas na decisão do Ministério do Esporte em fechar as torneiras da CBV em 2014. "Após as denúncias, ainda que não se referissem a recursos provenientes de parcerias firmadas com o Ministério do Esporte, foram adotadas uma série de medidas junto à CBV, envolvendo solicitação de esclarecimentos e exigências de readequações, além da intensificação das ações de controle e fiscalização já realizadas de forma permanente no acompanhamento dos convênios", afirma o Ministério.

O impacto dos malfeitos na CBV pode se traduzir em números. Desde o último ciclo olímpico a verba do Ministério do Esporte destinada ao vôlei subiu anualmente, até a constatação de que parte do dinheiro se esvaia.

Em 2011, o Ministério do Esporte concedeu R$ 6.799.804,46 (seis milhões, setecentos e noventa e nove mil, oitocentos e quatro reais e quarenta e seis centavos) para a CBV.

Em 2012 a verba cresceu e foi para R$ 10.351.108,36 (dez milhões, trezentos e cinquenta e um mil, cento e oito reais e trinta e seis centavos).

Chegando em 2013 até os R$ 23.747.664,1 (vinte e três milhões, setecentos e quarenta e sete mil, seiscentos e sessenta e quatro reais e dez centavos).

As "exigências de readequações" do Ministério do Esporte a partir das denúncias fez com que a modalidade, de acordo com o Ministério do Esporte, não recebesse verba até aqui em 2014.

Apesar da nota afirmar que as denúncias não se referiam a recursos de parcerias firmadas com o Ministério do Esporte, algumas das reportagens se referem a licitações que envolvem verba de convênios.

O Ministério do Esporte não foi a única entidade a mudar seus procedimentos com a CBV. O Banco do Brasil, em nota na ocasião, também exigiu "imediata adoção de medidas corretivas".

Logo após as primeiras matérias, o BB convocou os dirigentes da CBV em Brasília e exigiu novos procedimentos. "Apesar de não ter responsabilidade legal ou contratual para fiscalizar a aplicação dos recursos do patrocínio, o Banco do Brasil entende que é necessário a CBV adotar novas práticas de gestão que tragam mais transparência para a aplicação dos recursos e, por exemplo, vedem a contratação de empresas que eventualmente tenham como sócios dirigentes da Confederação", afirmou então através de nota.

No dia 21 de maio, a Comissão de Esporte do Congresso Nacional realizou sessão sobre as irregularidades. Na ocasião, o diretor de comunicação e marketing da entidade, o ex-jogador de vôlei Renan Dal Zotto, e o gerente-executivo do Banco do Brasil, José Avelar, lamentaram a ocorrência de tais irregularidades. O deputado Arnaldo Jordy, que presidiu a sessão, afirmou a necessidade de "culpar, responsabilizar criminalmente e civilmente todos aqueles que tenham desviado recurso público em nome do esporte brasileiro".

No mesmo mês, em entrevista coletiva, o diretor de marketing da CBV mostrou alguns dos resultados da auditoria e confirmou a existência de uma série de irregularidades. Na ocasião, afirmou que a entidade iria "fazer todo o possível para resolver judicialmente as questões", e, de acordo com Renan dal Zotto, "responsabilizando quem estava à frente, quem sabe até buscar os recursos que foram pagos indevidamente", afirmou então.



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