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Nalbert e Sandra Pires entram para o Hall da Fama do vôlei


A cada cortada que dava, um pensamento recorrente tomava conta de Nalbert. Queria porque queria fazer um dia, um jogo que fosse, com a camisa da seleção brasileira. Igualzinho a Bernard e Renan, os ídolos da infância, que fizeram o menino de 11 anos sonhar alto. Desejou tanto e com tanta força, que alcançou o que eles chegaram perto, mas não conseguiram: o ouro olímpico. Dez anos depois de sua maior conquista, o ex-capitão foi ainda mais longe. Garantiu um lugar no Hall da Fama do vôlei, em Holyoke, no estado de Massachusetts (EUA). A partir deste sábado, quando será realizada a cerimônia oficial para apresentar os integrantes da classe de 2014, Nalbert entrará para um grupo seleto, do qual Bernard já fazia parte. E não será o único. Sandra Pires, medalha de ouro no vôlei de praia nas Olimpíadas de Atlanta 1996 ao lado de Jackie Silva, também foi eleita.    

Nalbert e Sandra Pires Hall da Fama Vôlei (Foto: Arquivo Pessoal)

- É uma sensação especial. Passa um filme na cabeça. Desde quando eu era um garotinho, quando comecei a jogar e vi todos os meus ídolos, todos os meus heróis, e depois de tantos anos jogando, de servir a seleção e ter construído uma história bacana ser agora eternizado aqui, no Hall da Fama, onde só estão os melhores dos melhores. É uma coisa inimaginável. Não imaginava acontecer isso tão rápido, tão cedo... Bernard era meu ídolo de infância. Ele e o Renan. E olha que coincidência: nesse primeiro ano de indicação, quem me deu a notícia foi o Bernard, e eu estava concorrendo numa mesma classe com o Renan e acabei entrando. Olha que situação interessante. Estou muito feliz mesmo - disse Nalbert.

Aos 40 anos, se ver eternizado assim como alguns daqueles que sempre serviram de espelho ao longo de sua trajetória, e no lugar onde a modalidade nasceu, ainda parece soar estranho para o ex-ponteiro.

- Dos jogadores de outros países tem vários aqui. Cito sempre a maior referência que tive, o maior jogador de todos os tempos que era o cara em quem eu me inspirava muito, o Kiraly, que acabou de ser campeão mundial (como técnico da equipe feminina dos Estados Unidos). Fora os outros grandes que também fazem parte do Hall, como Andrea Giani, Peter Blange... Os ícones de cada país estão aqui. Sempre fui muito sonhador, apaixonado por vôlei, mas foi uma coisa de cada vez. Quando era moleque, queria jogar um jogo pela seleção, aí fui para a infanto, depois para a juvenil, da juvenil para a adulta aos 19 anos, o que foi super rápido. Depois fui capitão aos 23 anos, houve um período em que a gente não ganhava muita coisa, os resultados não apareciam, mas aí a consagração final veio a partir de 2001, com todos os títulos que não preciso ficar falando aqui. Depois de uma carreira como essa, entrar para o Hall não passava pela minha cabeça. Era uma coisa muito distante. Do vôlei de quadra (masculino) são só três: Bernard, Maurício e eu agora. Poxa, num país de tantos craques campeões ser somente o terceiro? É inacreditável às vezes.

O mesmo sentimento tem Sandra Pires. Desde quarta-feira nos Estados Unidos, cumprindo uma programação intensa, a campeã olímpica ainda tenta se acostumar com a ideia de que seu nome será sempre lembrado quando falarem dos grandes do vôlei de praia. Viu isso acontecer com Jackie Silva, sua parceira do feito inédito, há oito anos. Tinha a esperança de que pudesse estar outra vez ao lado dela, só que agora num salão.  

-  Antes não podia ter dupla e depois eles abriram a exceção. É um sonho que se tornou realidade. Eu e Nalbert estamos realizados. Não imaginei que ia acontecer isso tudo comigo quando comecei a jogar. Joguei por amor mesmo, me apaixonei pelo vôlei, fui jogando, as coisas foram acontecendo e cheguei a esse ponto de entrar para o Hall da Fama (risos). Ainda não sei direito... Acho que vai acontecendo igual quando ganhei o ouro. Eu era muito jovem, o esporte estava começando, foi a primeira participação olímpica do vôlei de praia e a primeira medalha de ouro feminina na história dos Jogos. E até hoje estou entendendo mais sobre a minha conquista da Jackie, que foi tão marcante e importante. Ainda vou descobrir tudo o que significa aos poucos. E isso é bom também porque você vai se realizando aos poucos. Acho que a nossa parceria pode ser lembrada como uma dupla que ajudou muito o vôlei a crescer. Que conquistou um ouro que abriu muitas portas para o vôlei de praia. Uma dupla que tinha uma química muito boa e jogava muito bem - afirmou a ex-jogadora.

O discurso para o evento no qual a classe será oficialmente apresentada e os novos membros receberão um anel e uma placa, já está preparado. Nele, Sandra fará um agradecimento "ao primeiro técnico, ao que a chamou para jogar na praia, aos que a comandaram nas Olimpíadas, às parceiras que foram divisores de água na vida e à família. Nalbert faz mistério. Ri ao dizer que treinou o inglês para não fazer feio, que não esquecerá os amigos, os familiares e que lembrará situações especiais da carreira. 

- Vai ser legal, mas não posso contar agora - diverte-se.

brasileiros no hall da fama

2005 - Bernard Razjman (vôlei)
2006 - Jackie Silva (vôlei de praia)
2007 - Carlos Arthur Nuzman (dirigente)
2009 - Ana Moser (vôlei)
2010 - Shelda e Adriana Behar (vôlei de praia)
2012 - Maurício (vôlei)
2014 - Nalbert (vôlei) e Sandra Pires (vôlei de praia)

classe de 2014

Joop Alberda (Holanda) - técnico 
Nalbert (Brasil)
Tara Cross-Battle (EUA)
Miloslav Ejem (República Tcheca) - dirigente 
Sandra Pires (Brasil)
Roza Salikhova (Rússia)



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