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Gabi fala sobre a crise que afeta o vôlei e o sonho da Rio 2016

 
Gabi
 

Na próxima sexta-feira começa a ser disputado o Grand Prix, principal competição entre seleções de vôlei feminino, que dará inicio à última temporada do ciclo olímpico. O Brasil estreará na competição somente no dia 3 de julho, contra o Japão, na Tailândia. Destaque da nova geração e uma das principais esperanças para o futuro da seleção, a ponteira Gabriela Guimarães, ou simplesmente Gabi, conversou com o Hoje em Dia sobre a expectativa quanto ao torneio e também o sonho de disputar a primeira Olimpíada da carreira, a Rio 2016.

Como está a sua expectativa para o Grand Prix e para a temporada?
Expectativa é grande. Inclusive, tivemos uma reunião com o José Roberto (Guimarães, técnico da seleção), e ele avisou que esta fase é a mais importante do ciclo olímpico. Além disso, temos o Grand Prix e o Pan-americano que vai servir para ele definir as 14 atletas que vão disputar a Olimpíada. No Grand Prix vamos encontrar com as melhores seleções do mundo e temos que estar preparadas.

Qual a sua expectativa para a Olimpíada?
Grande, é o meu maior sonho como atleta. Estou me preparando todos os dias para chegar no Rio em minha melhor forma.

Como você acha que será disputar uma Olimpíada em casa?
Tenho noção de que a pressão será muito grande, ainda mais no vôlei, que é um esporte que normalmente conquista medalha e vem de dois títulos olímpicos. Temos que chegar lá preparadas para enfrentar as melhores seleções do mundo e usar a torcida a nosso favor, para pressionar o adversário e não nós mesmas. Afinal, o sonho de todo atleta é disputar uma olimpíada em casa, e ninguém quer desperdiçar isso.

Quais serão as principais adversárias pelo ouro?
A Rússia, apesar de não ter ido muito bem no Mundial do ano passado, sempre tem uma seleção muito forte. Mas acredito que os Estados Unidos será nossa principal rival pelo ouro. Elas foram campeãs mundiais, e contam com jogadoras jovens, mas com um potencial incrível. Além disso, tem algumas seleções que correm por fora, como a Sérvia, a Turquia e a China.

Você foi revelada pelo Mackenzie. Como é ver o clube que você começou sem um time adulto?
A gente vive uma crise complicada no vôlei. Os dirigentes tentam melhorar, jogadores e jogadoras têm que sair do país. E muitos clubes fechando as portas a um ano para a Olimpíada. Com isso, a Superliga perde força. O que a gente espera é que os patrocinadores voltem e invistam nos times e na base. Fiquei muito triste com o fim do Mackenzie.

Tem vontade de voltar a jogar em BH?
Claro. Principalmente no Mackenzine, caso um dia o clube volte a disputar a Superliga, ou no Minas. Sinto esta vontade de voltar para casa, ficar perto da minha mãe, pois ela sente muito a minha falta.

No futebol, muitos jogadores surgem em equipes menores. Isso também acontece no vôlei?
Acontece muito. As equipes menores são as que formam na base. Em alguns grandes, como Rexona ou Osasco, não existem essas categorias. Com isso, a formação acontece nos chamados menores, e quando a jogadora se destaca, ela é chamada para atuar nos outros, maiores. Foi o que aconteceu comigo, por exemplo.

Por que o vôlei mineiro tem perdido tanta força nos últimos anos?
É difícil saber o porquê. O Minas foi superbem ano passado na Superliga, mas não sei como será agora. A crise está batendo no Brasil e no esporte. Espero que quem saiu volte e com força total.

Como e com que idade você começou a jogar vôlei? É verdade que antes você jogava futebol e tênis?
Comecei tarde, de 14 para 15 anos. Sempre fui apaixonada por esporte. Joguei futebol, fiz natação a vida inteira. Se não fosse o vôlei, faria outro esporte, com certeza.

Quais os seu hobbies quando está de folga?
No Rio de Janeiro, a gente tem mais opções. Lá eu vou à praia, saio pra jantar. Gosto de fazer coisas mais lights, pois sou muito caseira. Aqui em BH eu aproveito minha mãe.

Pra qual time você torce? Como você avalia os atuais momentos de Atlético e Cruzeiro?
Sou cruzeirense. O Cruzeiro vem de dois títulos e agora a gente vê o nosso rival como um dos grandes nomes para o ano. Faz parte. Acho que o Cruzeiro tem muito a crescer ainda neste ano e espero que continue melhorando.

E no lado pessoal, está solteira, namorando? Tem plano de casar?
Estou solteira. Não tenho muito tempo de conhecer alguém, mas namorar à distância é muito complicado. Com viajens com a seleção e pensando nos jogos de 2016, fica complicado. Penso em casar e ter filhos, mas agora está complicado.

Como é trabalhar com o Bernardinho e com o Zé Roberto? Qual dos dois é melhor?
Gosto muito dos dois. Conheci o Zé primeiro, lá em Saquarema. Aprendi muito com ele. Ele me passou muita confiança. É um cara fantástico, que estuda bastante. Já o Bernardinho é um cara fantástico. Ele vem me ajudando a construir e realizar o sonho que tenho de disputar uma Olimpíada. É uma oportunidade de ouro poder trabalhar com os dois.

Como você avalia a mudança de levantadora no time do Rio de Janeiro, com a aposentadoria da Fofão e a chegada da Thompson?
As pessoas sempre brincam comigo. "Agora eu quero ver você jogar ano que vem sem a Fofão", dizem. Era o momento dela. Ela já fez muito pelo esporte e agora quer viver outras coisas. Aqui foram três anos e muitos títulos. Ela vai deixar muita saudade. Pra mim, foi uma das melhores do mundo, junto com a Venturini. A Thompson tem características parecidas e vai nos ajudar muito, assim como a Roberta. A vaga está em aberto ainda, na minha opinião.

Na seleção, você é a substituta imediata da Fernanda Garay ou da Jaqueline. Acha que chegou a hora de você assumir a titularidade?
Na verdade, acho que não. Elas vêm de uma fase muito boa e são muito experientes. São as nossas maiores referências de ponteiro no mundo. Me espelho nas duas, mas quero, se tiver uma oportunidade, brigar pela vaga. Tenho noção de que não é hora de ser titular. Tenho que ir sem pressa.

Qual a sua principal conquista até hoje?
Acho que a temporada 2012/2013 como um todo. Conquistei meu primeiro título de Superliga e depois, com a gravidez da Jaque, consegui atuar pela seleção, e acho que fui muito bem.

Qual o seu maior sonho como jogadora?
Jogar a Olimpíada e conquistar a medalha de ouro.

Como você viu a crise da CBV, com desvio de verbas?
Foi um momento muito complicado, que assustou todo mundo. Nós que defendíamos o país levamos um susto muito grande. Hoje, a CBV parece cumprir com o que os patrocinadores pediram, e as devidas medidas estão sendo tomadas.

Como você vê essa polarização do vôlei nacional, entre Osasco e Rio? O que pode ser feito para equilibrar a disputa?
Vem de muitos trabalhos, não só por serem as duas melhores equipes. Não é a toa que os dois times conseguem se manter no topo. Existe um equilíbrio muito grande, mas o trabalho faz a diferença para estas duas equipes.

Felippe Drummond Neto - Hoje em Dia


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