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"É um grande desafio conseguir dinheiro para o vôlei", afirma o bicampeão olímpico Giovane

 
"É um grande desafio conseguir dinheiro para o vôlei", afirma o bicampeão olímpico Giovane Gávio Charles Guerra/Agencia RBS 

O bicampeão olímpico (1992 e 2004) Giovane Gávio esteve em Santa Catarina nos tempos áureos do vôlei no Estado. Encerrou a carreira como jogador na Unisul no início de 2005, uma temporada depois de o time ser campeão da Superliga. Assumiu então o cargo de gerente e técnico da equipe que saiu de São José para Joinville - enquanto em Florianópolis ascendia a Cimed, tetracampeã entre 2005 e 2010.

Em 2009, por falta de patrocínio, a Unisul decidiu encerrar o time profissional e Gigio foi para São Paulo, onde comandou o Sesi e foi campeão nacional da temporada 2010/2011. De longe, ele acompanhou mais um time catarinense, o Floripa, perder o principal patrocinador e sair da Superliga de vez em 2013.

Nesta semana, todas essas memórias voltaram à tona quando Giovane retornou a cidade de São José, desta vez para dar uma palestra motivacional em ação promovida pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o "Painel SC - Ideias pra fazer a diferença", na última
terça-feira.

Sem clube desde que foi dispensado pelo Sesi em 2013, o ex-jogador, hoje com 45 anos, está trabalhando na organização dos eventos de vôlei do Rio 2016. Ele conversou com o Diário Catarinense sobre essa nova experiência, as expectativas para o desempenho das os times brasileiros de vôlei no próximo ano e as projeções para o esporte em Santa Catarina.

Como é a experiência de ajudar na organização de uma Olimpíada?
Não tinha ideia do detalhamento que é construir os Jogos Olímpicos. Quando chegava como jogador, estava tudo pronto, tudo bonito, mas para chegar até ali muito detalhe foi pensado, planejado, estudado. Os dois primeiros eventos-teste foram um sucesso, o vôlei tem uma procura muito grande por ingressos, então a gente tem uma expectativa enorme, assim como o público.

Quais os planos para depois dos Jogos?
Tem a possibilidade de voltar a ser técnico, e desde que sai do Sesi dois anos atrás continuo procurando parcerias para ver se consigo montar um time.

Já surgiu algo?
Não surgiu, a gente está em um momento extremamente complexo para alguém investir dinheiro em esporte, mas vamos deixar passar os Jogos.

Santa Catarina poderia ser o destino?
Seria muito grato se aparecesse uma oportunidade aqui, eu adoro, tenho casa aqui, familiares. Se não for agora, de alguma forma futuramente minha vida vai estar ligada a Florianópolis.

Desde o fim dos campeões Unisul e Cimed, nenhuma outra equipe despontou no masculino em SC. Como avalia isso?
O desafio não é só aqui, é no Brasil inteiro. Mesmo os times que estão disputando Superliga, é um grande desafio conseguir parceria, conseguir dinheiro.  O vôlei como esporte de alto rendimento não é barato e as empresas nesse momento não entendem que o esporte é uma prioridade e acabam não entrando no projeto.

Mas essa situação já vinha antes da crise.
A gente sempre teve dificuldade, nunca navegou em um oceano azul, sempre teve que lutar muito para ter um patrocinador. Ou era uma iniciativa de algum apaixonado que gostava muito do esporte e investia, como foi o caso da Cimed aqui, então de certa forma precisamos encontrar outros apaixonados, por favor, apaixonados, se manifestem! (risos).

O que falta hoje para o vôlei atrair esses patrocinadores?
O vôlei está na TV aberta, tem uma série de situações muito melhores do que antes, é o momento mesmo. Uma hora vai dar certo. A Superliga está cada vez melhor,  eu sou otimista, preciso ser. Tudo depende do país, se o país melhorar, tudo melhora.

E como vê essa fase de transição da seleção masculina, com a eliminação precoce na Liga Mundial a um ano da Olimpíada?
Nos últimos quatro anos a seleção vem sendo renovada, acho que para o ano que vem chega em uma condição muito boa de lutar por uma medalha de ouro. Temos que considerar que do outro lado todo mundo está com vontade de ganhar da gente, eles evoluíram. No feminino, a gente ainda vai ver em quadra as bicampeãs olímpicas, é a última oportunidade delas disputarem os Jogos, por questão de idade, então com certeza vão estar bem empolgadas.

As questões extra-quadra, como denúncias de corrupção na CBV e punição a Bernardinho pela Federação Internacional por reclamações durante o Mundial, têm atrapalhado?
Não vou dizer que não atrapalha porque estaria sendo leviano. O ambiente precisa estar bom em todos os sentidos, dentro e fora de quadra, para você alcançar o objetivo. Mas isso está caminhando para acontecer, a Confederação Brasileira está encontrando seu caminho, entendendo seu papel e aí os atletas e a comissão técnica também fazem isso.

Por Mariana Gianjoppe, visto aqui



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