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Brait diz não ter mágoa, planeja filho e descarta volta à seleção

As semanas de descanso eram necessárias. Até o corte definitivo do grupo, Camila Brait dedicou os últimos anos à seleção pelo sonho de disputar uma Olimpíada em casa. Fora da lista, a líbero se afastou da mídia para passar uns dias em Sacramento, no interior de Minas Gerais, onde foi criada, e viajar com a família para Punta Cana, cidade de praias paradisíacas na República Dominicana. A dor de não estar nos Jogos do Rio, porém, não a impediu de acompanhar o evento. Sofreu com a queda fo Brasil e tentou consolar as amigas diante da eliminação. Mas, apesar do frio na barriga ao ver a seleção em quadra, Camila descarta qualquer chance de um retorno, mesmo em caso de um processo de renovação do grupo. O plano, ela diz, é construir família ao lado do marido, Caio, e ter um filho após o fim da próxima Superliga.

- Não foi de cabeça quente porque, antes do corte, eu já vinha pensando nessa possibilidade. O corte só confirmou o que eu já pensava. Agora, eu tenho novos objetivos, novas metas para a minha vida. Acho que, hoje, a principal é formar uma família. Depois da Superliga, vou tentar ter um filho. Eu vejo o sofrimento da Jaque, da Tandara, de ficar longe do filho um mês. Elas choravam todos os dias, e eu pensava: "Gente, não quero isso para a minha vida". Não consigo ficar longe. Essa decisão está tomada e não tem volta. Sem chance. Eu acho que meu sentimento é dever cumprido. Quando tive a oportunidade de defender o meu país, tentei fazer o melhor que eu pude. Fiquei triste pelo meu corte, pelas meninas, pela seleção. É uma nação toda que fica triste. Mas o maior sentimento é de dever cumprido – disse a líbero, que volta à quadra nesta sexta-feira, pelo Osasco, na estreia do Campeonato Paulista. A partida será contra o São Bernardo, às 19h30, no ginásio José Liberatti.

Camila queria ter ido ao Rio para assistir aos Jogos. Pela TV, acompanhou as vitórias de Michael Phelps e Usain Bolt e sofreu com a seleção em quadra. Ao lado do marido e dos pais, viu todos os jogos da equipe, menos a estreia, por ainda estar em Punta Cana. E, mesmo de longe, tentava dar força para as meninas.

- O primeiro jogo, não vi. Estava em Punta Cana. Mas, a partir do segundo jogo, vi todos. Eu gosto muito de Olimpíada, né. Acompanhei tudo. Acompanhei o Bolt, o Phelps, tudo. Estava até querendo ir ao Rio para assistir à natação, assistir até ao próprio vôlei. Mas não deu por causa dos treinos. Mas assisti a tudo. Nos primeiros jogos, ficava um pouco triste. Olhava, dava um frio na barriga, imaginando sobre como seria estar lá. Mas, a partir do terceiro jogo, foi um pouco mais tranquilo. Comecei a ficar mais calma. Torci bastante por causa das meninas, a Nati, a Dani, Fê Garay, a Adê. Torci bastante por elas. Eu sei o quanto elas lutaram, eu acompanhei boa parte. Sabia da pressão em cima delas. Eu queria que tivesse dado tudo certo. Nós nos falamos bastante pelo whatsapp durante a Olimpíada.

 O corte, claro, parecia insuportável nos primeiros dias. Camila admite a dor diante do fim do sonho olímpico. Garante, porém, não guardar mágoas. Nem de Zé Roberto, nem de qualquer ex-companheira.

- Não ficou (nenhuma mágoa). No dia, fiquei muito triste. Você treina durante muitos anos. No meu caso, foram oito anos por um só objetivo. Meu maior sonho era jogar uma Olimpíada dentro de casa. Então, acho que a frustração e a tristeza são muito grandes. É natural. Fiquei muito mal uns três dias, muito mal. Mas, hoje, não tenho nenhuma mágoa. O Zé Roberto é o treinador, a decisão foi dele. Ele precisa tomar uma decisão. Ele tomou e eu respeito. Agora, é seguir em frente - afirmou a jogadora, que disse não ter conversado com o técnico após a Olimpíada. 

Após a queda nos Jogos, Camila falou com a maior parte das jogadoras. Disse que todas estão dando a volta por cima, mas que a ficha demora a cair. Ela atribui a derrota para a China a uma primeira fase sem muitos desafios e à atuação da ponteira Ting Zhu, melhor jogadora da competição.

- Elas estavam tranquilas, confiantes. O grupo estava bem fechado. Foi uma infelicidade aquele jogo contra a China. A (Ting) Zhu estava muito inspirada. Elas estavam muito bem. O Brasil deu azar de pegar um grupo muito fraco. Acho que faltou um pouco de ritmo. A China, que se classificou em quarto lugar, mesma situação do Brasil em 2012... Do outro lado, tinha Estados Unidos, Holanda, Sérvia. O adversário mais forte do Brasil foi a Rússia. E a Zhu, acho nunca mais vai jogar daquele jeito. Jogou muito, impressionante.

Agora, Camila tenta retomar seu ritmo dentro de quadra. Antes de realizar o plano de criar uma família, a líbero espera uma temporada de vitórias pelo Osasco. Apesar do tempo fora, garante estar em forma para o retorno.

- Acho que foi importante para mim essas três semanas, eu ficar afastada, viajar com a minha família para dar uma digerida, uma acalmada. Já estou treinando há duas semanas, e amanhã é minha estreia no Paulista. Estou muito empolgada, ansiosa para o jogo. Para começar bem essa retomada. Eu estou bem, me cuidei bastante nas férias. Já estava magra, só queria ganhar um pouco de massa. Nessas duas semanas alcancei meu objetivo, tudo o que eu queria. Agora, é só jogar bem



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