Com homenagem para Bebeto de Freitas, que morreu na quarta-feira – a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) determinou que haverá um minuto de silêncio antes de todas as partidas da segunda rodada das quartas de final da Superliga Feminina –, o Praia precisa de uma vitória sobre o Bauru hoje, às 19h (Sportv), em Uberlândia, para ser o primeiro semifinalista da competição. A equipe mineira ganhou o jogo (3 a 0) que abriu a série melhor de três no interior paulista, há uma semana. A presença de três medalhistas olímpicas é o trunfo do time do Triângulo Mineiro: a bicampeã Fabiana e as campeãs Walewska e Fernanda Garay. Capitã, Fabiana é considerada o ponto de equilíbrio, funcionando como treinadora dentro de quadra, pela experiência. Para a meio de rede que nasceu em Santa Luzia, a Superliga está na fase de que ela mais gosta, com jogos decisivos e eliminatórios, que exigem maior concentração.
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Você tem dois ouros olímpicos, um em Pan, sete títulos do Grand Prix, quatro de Superliga, um de Euroliga... Como sente a equipe neste momento? Há pressão? Principalmente pelo fato de o Praia ser um dos favoritos ao título?
Não sentimos a pressão porque o grupo tem jogadoras experientes e uma comissão acostumada a decisões. É lógico que ter terminado a fase de classificação em primeiro faz de nós o time a ser batido e, com isso, aumentam a cobrança e a responsabilidade. Mas procuramos trabalhar cada vez mais e não pensar muito na pressão externa por resultados.
É a segunda vez que você disputa as quartas de final pelo Praia. Dá para comparar com outras situações da carreira, como o fato de ter sido campeã de quatro Superligas?
Essas fases são as que mais gosto de jogar. Afinal, é tudo ou nada. Passei por tantas eliminatórias na minha carreira que perdi as contas na verdade. Mas são as de maior responsabilidade e peso. Não adianta muito para a torcida e imprensa sermos primeiros (na fase de classificação) e cairmos nas quartas. Ninguém vai se lembrar da campanha anterior. Esporte é assim.
Como sente esse grupo em relação aos anteriores quanto à preparação para chegar ao título inédito?
Olha, tive a sorte de trabalhar em grupos maravilhosos, e esse é um deles. Muita união, foco nos objetivos e ausência de vaidade pessoal. Porque no esporte coletivo como o nosso, a individualidade é o primeiro passo para a derrota. Temos que andar, sonhar e trabalhar sempre juntas. E tenho visto isso neste grupo desde o começo. Está sendo um prazer.
Todos os seus quatro títulos da Superliga são pelo Rio de Janeiro. Como mineira, conquistar o quinto com um time do estado teria importância maior?
Fui muito feliz no Rio. Até hoje sou lembrada com carinho pelos títulos que conquistei lá. Mas é claro que ganhar uma Superliga por Minas Gerais é uma honra, além de felicidade por premiar o estado com um título nacional. Fora dar alegria à torcida praiana que está há tempos esperando um título nacional expressivo.
Você está com 33 anos. É possível uma volta à Seleção Brasileira? Digo isso pelo fato de o técnico José Roberto necessitar de uma jogadora mais experiente para comandar um grupo de jovens e tudo indica que haverá uma renovação ainda maior agora do que foi na temporada passada. Além disso, você é citada como espelho por muitas jogadoras.
Minha história na Seleção foi tão bonita! Estou lá desde novinha. Na minha primeira Olimpíada tinha 19 anos. Abri mão de minha vida, família, relações e amigos por meu país. Busquei sonhos e conquistei mais do que poderia imaginar. Amo o vôlei e amo minha nação, mas meu tempo já passou. Quero dar-me a liberdade de curtir realmente a minha vida pessoal. A Seleção está muito bem servida de centrais, elas darão conta do recado. Fico feliz em ver que muitas me apontam como inspiração. Meu trabalho foi feito e com êxito.
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