Seleção feminina de vôlei terá Natália e Suelen para o Mundial



O técnico José Roberto Guimarães bate na madeira quando começa a falar da forma física de suas atletas que, de 29 de setembro a 10 de outubro, disputarão o Campeonato Mundial, no Japão, em busca do título inédito. Na última edição, em 2014, na Itália, o Brasil ficou com o bronze. É que a lista das recuperadas é extensa mas ainda não conta com a ponteira Natália, que tem tendinite crônica no joelho esquerdo, e a líbero Suelen, que operou a mão direita após fratura do dedo anelar. Segundo o treinador, a central Thaísa (rompeu parcialmente o ligamento do joelho esquerdo e operou há oito meses), a líbero Gabiru (rompeu o ligamento do joelho direito, em outubro de 2017), a ponta Gabi (operou uma lesão no tendão patelar do joelho direito em setembro de 2017), a ponteira Drussyla (fraturou a mão direita em junho), além de Dani Lins, que não jogou na temporada passada para ser mãe e voltou ao batente em maio, estão treinando normalmente, sem restrições.
- Rezamos para que todas se mantenham em forma e que tudo dê certo porque o segredo do Mundial, torneio de cerca de um mês com jogos quase todos os dias, é ter elenco para revezamento e que este elenco esteja bem preparado fisicamente. A única atleta que ainda com quem corremos contra o tempo é a Natália, que precisa seguir os protocolos de recuperação, assim como foi feito com a Gabi. As outras estão se encaixando na programação e melhorando condição física, de força e potência. Mas, sim, conto com a Natália para o Mundial. Ela está forte, fazendo bem a parte física e super seca, sem gordura - disse Zé Roberto, que, em função, de todos estes processos, avaliou como positivo o quarto lugar na Liga das Nações, última competição, encerrada no início de julho. - Gabi jogava um set por partida, Suelen e Drussyla se machucaram, Gabiru atuou apenas na última etapa, Thaísa e Dani Lins não jogaram esta competição e foram para a Copa Pan-americana para pegar ritmo... Isso sem contar os deslocamentos entre os vários países, Turquia, Holanda, Itália, China e por aí vai.
O treinador acredita que, em dez dias Suelen, estará pronta. Por ora, ela fica para cima e para baixo apertando uma bolinha de tênis exercitando os dedos. Logo que foi liberada pelos médicos, já recomeçou os treinos físicos. Já Natália, que não atuou na Liga das Nações, ainda respeita os processos de cicatrização de sua lesão. Tem feito fisioterapia, treinos físicos e na quadra mas sem saltos e deslocamentos. De acordo com o treinador, era preciso que a inflamação retrocedesse.
- Ela não teve o cuidado necessário na Turquia e a contusão se agravou. Quando chegou eu fiquei preocupado. Foram três meses sem jogar e sem treinos desde fevereiro. Ainda não chegou ao protocolo de salto, que deve acontecer em setembro, antes fará o de aterrissagem.
A contusão de Natália se agravou na última temporada de clubes. A jogadora, que estava há dois anos no Fenerbahçe, na Turquia, resolveu voltar ao Brasil para focar na recuperação e no Mundial. Ficou cerca de três meses no Centro Dois Andares, sob orientação do preparador físico da seleção, José Elias Proença, e também trabalhou com a equipe médica do Minas, seu atual clube.
- Lá fora é mais complicado, eles não tem os mesmos recursos que temos no Brasil nessa questão da parte médica e de fisioterapia. Não tenho o que reclamar do Fenerbahçe que sempre tentou me ajudar, mas a qualidade do trabalho não é tão boa. Os médicos diziam que eu estava bem, mas na verdade eu não estava. E essa lesão vai piorando aos poucos. No final, estava tão agudo que não conseguia nem trotar - lembra a atleta, que pagou fisioterapia por fora para tentar amenizar sua condição. - Também comprei equipamentos para usar fora do clube mas acho que tudo bem. Vejo como um investimento na minha saúde, não em gasto.
A jogadora, que irá para o seu terceiro mundial, diz que não é ansiosa mas que está "cansada" de ficar apenas na musculação e fisioterapia. Ela comemorou o reinício dos treinos na quadra, na semana passada. Brinca que também "conta com ela mesma" no torneio no Japão.
Thaíssa contou que ainda sente dores mas que são controladas. Voltou a saltar quando iniciou a preparação para a Copa Pan-americana, encerrada em em 14 de julho. Disse que foram quase 15 meses sem jogar em alto nível. Para ela, a chave em sua recuperação foi a cabeça, o pensamento positivo. Mas, preferiu não fazer previsões sobre quanto tempo o "novo joelho" aguentará.
- Me sinto muito bem, mas ainda tenho dores. Acredito que sentirei por um bom tempo. Mas é controlado, tenho pessoas a minha volta que controlam também para eu não exceder. Mas a pior parte foi mesmo nos três primeiros meses, quando não podia colocar o pé não chão e muita gente dizia que eu não iria mais jogar - lembra a central - Não faço ideia de quanto tempo meu joelho vai aguentar. E não devo pensar assim. Aguentar é negativo. Farei o máximo no maior tempo possível. Se Deus quiser vou chegar no nível das meninas.
No momento estão treinando em Saquarema as levantadoras Dani Lins e Roberta, a oposta Tandara; as centrais Thaisa, Adenízia, Carol e Bia e as ponteiras Gabi, Natália, Amanda, Drussyla, Rosamaria e Fernanda Tomé e as líberos Gabiru e Suelen.



Até o Mundial, o Brasil fará amistosos contra EUA e disputará Montreux Volley Masters, de 4 a 9 de setembro, na Suíça. O Brasil enfrentará a Rússia, Polônia e Camarões. Se avançar para a fase seguinte, cruzará com o grupo de China, Itália, Turquia e Suíça. Zé Roberto levará a equipe do Mundial para encerrar a preparação.

Já os amistosos serão no Brasil contra a seleção americana, campeã da Liga das Nações. O primeiro confronto será no dia 12 de agosto, em Brasília, às 10h, com transmissão ao vivo da TV Globo. Depois, dias 14, às 19h, e 16, às 20h, em Uberaba, ambos com transmissão do Sportv. O último, no dia 18, às 19h30, acontecerá no Rio, no Maracanãzinho, também com Sportv.


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