No Praia Clube em Uberlândia um cenário nada comum para dias de jogos. Atletas se aquecendo em um ginásio às escuras. Faltavam 20 minutos para o início da partida quando uma queda de energia deixou parte da cidade sem luz. Foram 25 minutos de espera. Mais uma aquecida e com uma hora de atraso foi dado o primeiro saque.
Embalado por uma torcida empolgada o Praia Clube recebeu o segundo colocado da Superliga 2011/2012 em uma noite que prometia o melhor resultado para as visitantes. Mas as praianas saíram confiantes do seu modesto sexto lugar na competição e enfrentaram de igual para igual as paulistas. A partir daí foi uma partida sem favoritos. Confiantes e inspiradas nos treinos puxados para barrar o bloqueio do Vôlei Futuro durante a semana o Praia Clube venceu por 3 sets a 2 com parciais de 19/25, 25/18, 15/25, 25/15 e 16/14.
No primeiro set o Vôlei Futuro chegou mandando no ginásio do adversário. O Praia Clube se intimidou e as paulistas abriram três pontos no placar. O técnico Spencer Lee se desesperou e em menos de quatro minutos queimou dois pedidos de tempo para relembrar o que havia treinado durante a semana: imobilizar o bloqueio do Vôlei Futuro. As meninas entenderam a diminuíram a diferença no placar com bons ataques e bloqueios. O Futuro sentiu a mudança de postura das praianas e queimou o primeiro pedido de tempo. Os 1.350 torcedores, que lotaram o G2 do Praia, fizeram pressão. O Praia começou a entender o jogo e empatou, 12 a 12. O Futuro acelerou mais uma vez e abriu quatro pontos, 20 a 16. Mas, enquanto o Futuro abriu 3 pontos, o Praia fez apenas um e se rendeu ao bloqueio das paulistas. O primeiro set ficou em 25 a 19.
Uma jogada de quase um minuto de bola no ar abriu o segundo set. E desta vez, o Praia Clube não demorou como no primeiro set para igualar o placar, 4 a 4. Daí foi ponto a ponto até as praianas conseguirem o primeiro ponto de vantagem: 8 a 7. Com mais uma sequência de pontos para os dois lados o Praia mostrou que definitivamente entendeu o jogo das adversárias. Pegou a manha do bloqueio paulista e abriu quatro pontos. As experientes Fernanda Garay e Paula Pequena perderam o ritmo frente ao clube mineiro. A primeira jogou uma bola de graça na rede e a segunda invadiu a quadra do Praia e perdeu um saque dando mais dois pontos para as praianas. Paulo Coco fez a primeira substituição e pediu tempo: Praia 16 e Vôlei Futuro 12. As mineiras conseguiram ficar à frente, marcaram nove pontos enquanto o Futuro fez seis e o placar ficou em 25 a 18 para as praianas.
No terceiro set o Futuro entrou em quadra sabendo que o Praia estava a par do seu forte bloqueio e ficou atento a isso. Mas por mais que o Praia perseguisse a missão de não ficar atrás no placar a distância só aumentava. Depois do empate em 4 a 4 o Vôlei Futuro acelerou e o Praia cedeu, 10 a 6. Para reforçar a equipe e o delírio da torcida, Elis entrou em quadra. O Praia conseguiu manter ataques e bloqueios fortes, tanto que a distância no placar se manteve em sete pontos. Ao chegar em 23 a 13, Spencer Lee trocou quase todo o time titular pensando no tie-break. Mas o Futuro manteve a diferença de 10 pontos no placar e um ataque da central Andressa fechou o terceiro set em 25 a 15.
O quarto set veio para confirmar o entrosamento das praianas. Nos 26 minutos de partida o Praia se manteve à frente abrindo até 10 pontos de vantagem. A pressão das donas da casa foi sentida pelas paulistas que demonstraram insegurança e cometeram vários erros. Duas infrações fizeram aumentar o placar o Praia Clube, que fez o seu bloqueio imbatível. O set teve o mesmo placar do terceiro, que terminou com dez pontos a mais para o Futuro, só que desta vez invertido: 25 a 15, com vittória das praianas.
Ânimos exaltados e jogadoras com potência total no último set. O Praia Clube abriu dois pontos, o Vôlei Futuro correu, alcançou, mas o Praia conseguiu mais três pontos embalado por uma torcida forte. Até o meio do set o Praia chegou com três pontos à frente, 8 a 5. O Futuro perseguiu, empatou, mas o Praia ficou com a vantagem. Cabeça quente, Juliana perdeu um saque na rede em um momento crucial da partida. Quando fez 14 pontos o Praia perdeu o controle emocional e deixou o Futuro encostar. O time de Uberlândia reagiu, fez o décimo quinto ponto e bateu o Vôlei Futuro em casa com um placar de 16 a 14.
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