Através de um comunicado oficial, a Amil anunciou na manhã desta terça-feira que não vai mais patrocinar o time de vôlei de Campinas alegando "reposicionamento de estratégia de marketing" e negando que os resultados objetivos tenham interferido na decisão. No entanto, a falta de títulos e a ausência do Vôlei Amil nas finais do Campeonato Paulista e da Superliga nesta temporada teriam sido determinantes na escolha tomada pela empresa.
Procurados pela reportagem do Terra, representantes da Amil evitaram falar sobre o assunto e disseram que apenas a assessoria de imprensa estava autorizada a se pronunciar em nome da empresa. Essa, por sua vez, deixou claro que a posição da Amil é apenas a que está no comunicado.
A torcida campineira, que abraçou o time desde a sua fundação em 2012, aguarda mais detalhes sobre a saída do patrocinador, que na semana passada havia prometido montar novamente um elenco competitivo e que brigaria por títulos. Títulos. Foi justamente a ausência deles um dos fatores que levaram a Amil tomar essa decisão surpreendente.
Pesou também o fato de o time sequer ter chegado à final do Paulista e da Superliga da temporada 2013/2014 após um alto investimento. Dono de uma das melhores estruturas do vôlei brasileiro, o Vôlei Amil anunciou reforços de peso, como a central Carol Gattaz e as ponteiras Tandara, Natália e Kristin Richards, entre outras. O patrocinador esperava, no mínimo, a presença na final da Superliga, o que não aconteceu depois da eliminação para o Unilever/Rio de Janeiro, por 2 a 0. As cariocas se sagraram campeãs na sequência.
A eliminação na semifinal deixou um gosto amargo para o patrocinador do clube campineiro e o projeto ficou ainda mais enfraquecido na semana passada, quando José Roberto Guimarães anunciou que iria se dedicar exclusivamente à Seleção Brasileira. Apesar de o treinador se mostrar disposto a ajudar o Vôlei Amil fora de quadra, a ausência do bicampeão olímpico no banco deixou a empresa com um pé atrás sobre o futuro do time.
Para que o vôlei feminino campineiro não fique orfão de um time - o masculino é representado pelo Brasil Kirin -, a torcida espera que apareça outro patrocinador disposto a investir na montagem de um elenco competitivo para a próxima temporada. E a torcida de Campinas é justamente quem menos merece o fim do time, pois abraçou o Vôlei Amil e lotou a arena em diversas oportunidades.
Na última Superliga, o Vôlei Amil teve uma média de 1.661 pessoas por jogo, levando, em algumas oportunidades, mais torcedores que Ponte Preta e Guarani em suas partidas neste primeiro semestre. Um exemplo disso foi na semifinal, contra a Unilever, quando o ginásio recebeu 3.120 torcedores, pouco menos que a Ponte levou na sua estreia em casa no Paulistão contra o Audax (3.142) e que o recorde do Guarani na Série A2 (3.609 contra o Red Bull, em Paulínia). Vale lembrar que o time alviverde mandou seus jogos em Bragança Paulista, Jaguariúna e Paulínia durante todo campeonato.
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