O alerta havia sido dado pelo técnico Marcelo Mendez. Se o Al-Rayyan jogasse como um time poderia se tornar muito perigoso. Mesmo que as peças só estivessem juntas há cinco dias. A qualidade daqueles jogadores com um pouco mais de entrosamento poderia ser uma pedra no caminho do Cruzeiro. E foi. Nesta sexta-feira, além de derrubar o atual campeão do mundo dentro de sua própria casa, a equipe do Catar pôs fim a uma longa escrita. Impediu que os mineiros chegassem a sua 16ª final consecutiva, ao 13º título e sonhassem com uma temporada perfeita. Até então, Wallace & Cia haviam vencido os outros cinco campeonatos dos quais participaram.
Com a vitória por 3 sets a 1 (21/25, 25/18, 25/21 e 25/18), o Al-Rayyan brigará pelo título do Mundial de Clubes com o Belogorie Belgorod, neste sábado, no Mineirinho, às 19h. O time russo é o atual campeão europeu. O do Catar foi convidado pela Federação Internacional de Vôlei e fez contratos-relâmpago com jogadores como os cubanos Simon e Sanchez, os brasileiros Rapha e Alan, e o búlgaro Kaziyski às vésperas da competição. O Cruzeiro disputará a medalha de bronze com o UPCN da Argentina, às 16h30.
Dois ataques de Filipe e um ace de Wallace levaram o Cruzeiro ao comando do placar (8/5). Mas os erros seguidos de saque davam chances para o Al-Rayyan se aproximar. Do outro lado ele funcionava bem. Com um ace de Mubarak Waleed, o jogo ficou igual de novo e com uma pancada de Kaziyski, os visitantes tomaram a frente (16/14). O bloqueio também passou a criar dificuldade para os anfitriões. Marcelo Mendez tentava arrumar a casa. Colocou em quadra o experiente central Douglas no lugar de Isac. Deu certo. O saque flutuante e sua ajuda na defesa foram determinantes para conduzir o Cruzeiro à virada. Um set já estava garantido: 25/21.
O segundo exigiria mais trabalho. O cubano Simon crescia no jogo. Kaziyski acompanhava. Se o bloqueio não subia e o ataque não mostrava a precisão habitual, eles aproveitavam para se distanciar (17/9). E sem diminuir o ritmo fizeram 25/18.
O momento não era bom e a torcida percebia. Resolveu então cantar ainda mais alto para tentar empurrar seus jogadores. Pedia raça, mas o jogo não fluía. Kaziyski castigava nos ataques e ainda fazia defesa com o pés: 25/21.
O Cruzeiro estava com toda a pressão sob os ombros. Reclamava da arbitragem. e tinha dificuldade de passar pela parede comandada por Simon, melhor central do Mundial de 2010. O entrosamento que poderia ser uma arma não fez a diferença. Era o Al-Rayyan que parecia estar junto há tempos. Mostrava sintonia fina (16/11). Mostrava que está disposto a derrubar o outro gigante que tem pelo caminho: 25/18.
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