Uma pesquisa do Rio de Janeiro descobriu que há uma ligação entre genética e o desenvolvimento de tendinites – inflamação traumática ou degenerativa de tendões de joelhos, ombros e tendão de Aquiles. Cientistas do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) analisaram amostras de DNA de 138 jogadores de vôlei masculino de 18 a 35 anos que disputam a Superliga e treinam de quatro a cinco horas por dia.
De acordo com a pesquisadora Priscila Casado, foi observado que apesar de serem submetidos a cargas semelhantes de esforço físico, alguns sofrem com o problema e outros não. Os especialistas isolaram o DNA e seqüenciaram genes que podem ser importantes para o desenvolvimento das lesões. Depois, foi analisado se havia características que diferenciassem aqueles com histórico de tendinite.
Os resultados indicaram que alterações de dois genes –o BMP4, responsável pela produção de uma proteína que estimula as células formadoras de osso, e o FGF3, que estimula a formação das células dos tendões–, além da idade e do tempo da prática esportiva contribuem para desencadear a degeneração dos tendões dos atletas. Dos 138 jogadores que participaram do estudo, 38% tinham tendinite. Nesse grupo, 66% tinham a predisposição genética ligada ao BMP4. Entre os atletas livres de tendinite, só 9% tinham a alteração genética.
Segundo os autores, a descoberta permitirá que preparadores físicos selecionem exercícios específicos para diminuir o risco da inflamação para aqueles com predisposição genética. "Os jogadores de base podem atuar na prevenção com esses resultados. Já os jogadores que têm a doença instalada poderão usufruir de um tratamento específico que poderá ser desenvolvido no futuro", diz Casado.
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