A seleção começou com uma formação diferente. Não tinha nem Murilo nem Wallace, mas Lipe e Vissotto. Tinha Lucão e Lucarelli como bolas de segurança de Bruninho. O Brasil não dava ouvidos para a pressão que vinha da arquibancada. Abria 15/10 e levava Stephane Antiga a parar o jogo pela segunda vez. Os anfitriões erravam demais. Só que as falhas mudavam de lado e permitiam que a Polônia marcasse quatro pontos em sequência e encostasse (15/14). Foi a senha para Bernardinho colocar Rapha e Wallace nos lugares de Bruninho e Vissotto. Mais um ponto. Tudo igual.
Sob os olhares atentos dos pais, Lucarelli fazia o Brasil voltar ao comando (16/15). Bernardinho desfazia a inversão. Mas a equipe tinha dificuldade em colocar a bola no chão. Os adversários defendiam melhor, tinham um paredão bem montado, sacavam melhor e se distanciavam (23/19). Uma pancada de Lucarelli e um ace de Lucão cortavam a vantagem. Mas eram os rivais que tinham o set point. Lipe salvava o primeiro. Um saque para fora de Vissotto dava a parcial para os donos da casa: 25/22.
Os tricampeões mundiais tentavam retomar a agressividade do início do set anterior. Tinham dificuldade no passe, mas iam se superando. Já vibravam mais, e Lucarelli virava mais uma (16/11). Os rivais reagiam. O filme da primeira parcial se repetia e eles encostavam: 20/19. Wallace fazia o time respirar. Wlazly, o maior pontuador polonês, respondia e ainda contava com a sorte, vendo seu saque bater na rede e cair no fundo da quadra brasileira (21/21). O seguinte não teve o mesmo destino. A brecha foi dada, e o Brasil teve frieza para sair do momento complicado e fazer 1 a 1: 25/22.
Três pontos seguidos de Lipe já deixavam Winiarski e seus companheiros em estado de alerta. Reclamavam com a arbitragem, tentavam levar o ponto no grito. Não funcionava. O Brasil estava concentrado. Vissotto fazia uma boa passagem pelo saque e arrancava cumprimentos de Bernardinho. (13/6). Bruninho distribuía bem as jogadas, ajudava no bloqueio e silenciava a torcida com uma bola de segunda (15/8). Os anfitriões sentiam o golpe. Já não tinham forças para buscar o placar, que apontava uma distância grande demais (20/11). Sidão faria o sofrimento aumentar com um ace: 25/14.
Era tudo ou nada para a Polônia. As ações se equilibravam, e os times se revezavam na liderança. Quando os rivais conseguiram abrir dois pontos, Bernardinho pedia tempo (15/13). A pressão vinda da arquibancada aumentava. O bloqueio parava Lipe. A situação se complicava (20/16). Kubiak se estranhava com Sidão na rede. O Brasil perdia saques e tinha de correr atrás do prejuízo (22/18). Mas o bloqueio não freava os poloneses, que levavam a partida para o tie-break: 25/18.
No set desempate, o Brasil se perdia (7/2). As jogadas não fluíam, e os donos da casa caminhavam a passos largos para pôr fim à invencibilidade dos tricampeões no Mundial. A boa passagem de Lucão pela rede ligava a luz de alerta do outro lado da rede. Stephane Antiga pedia tempo (7/5). O jogo ficava quente. Kubiak voltava a se descontrolar e recebia um cartão vermelho. Ponto do Brasil (8/8). A virada veio com um bloqueio de Lucarelli (12/11). Os anfitriões roubavam davam o troco (13/12). A seleção empatava. Um saque forçado de Lucarelli passava da quadra e dava o match point para a Polônia. Lucão impedia. O Brasil tinha a chance de fechar o jogo. Nada feito. Um ataque de Klos, inicialmente marcado como bola fora e revisto pela arbitragem após pedido de desafio, dava a vitória para os poloneses ao raspar no bloqueio de Sidão: 17/15.
0 Comentários