Bicampeã olímpica (Pequim e Londres), Jaque ainda não subiu no lugar mais alto do pódio do maior evento do continente americano. Convocada em 2007 (Rio) e 2011 (Guadalajara), a bela pernambucana foi cortada em ambas, dois dos piores momentos de sua carreira profissional. "Em casa", foi pega no exame antidoping. No México sofreu uma grave lesão.
Durante o primeiro set da partida de estreia da seleção contra a República Dominicana, a mãe de Arthur e mulher de Murilo bateu a cabeça com a companheira Fabi, caiu no chão, saiu da quadra de maca, imobilizada, e foi para o Hospital San José. Os exames constataram uma fratura na cervical, e Jaque retornou ao Brasil.
- Encaro como superação depois de tudo o que aconteceu comigo. Querendo ou não, foi um momento muito delicado da minha carreira, já que beliscou a medula. Tento levar isso como aprendizado, ter dado a volta por cima, me tornado bicampeã olímpica. Isso faz parte do nosso crescimento. Por mais que seja difícil, fez parte do meu. Estou muito feliz com essa convocação depois de dois Pans fora - relembrou Jaque, que ficou duas horas sem conseguir mexer nenhum membro abaixo do pescoço, e ainda brincou com a "cabeça dura" de Fabi.
Verdade seja dita, o ouro conquistado em cima das cubanas no México fez com que a pernambucana recebesse a medalha. Mas, individualmente, será nas quadras canadenses que ela se sentirá pela primeira vez participando da competição.
- É como se fosse minha primeira convocação para um Pan-Americano. Quero aproveitar ao máximo essa oportunidade. Temos que dar nosso melhor.
O susto de 2011 e o corte de 2007 fazem a ponteira confessar sua preferência em jogar o Pan de Toronto, abrindo mão do Grand Prix.
- Muito, muito, lógico. Depois de tudo o que aconteceu em Guadalajara, a dificuldade que eu tive naquele momento, não sentir meu corpo da cabeça para baixo...Foi um filme de terror que passou na minha carreira. Poderia estar numa cama até hoje. Graças a Deus, hoje estou aqui.
- Uma responsabilidade muito grande que venho conquistando há anos, trabalhando muito para chegar a esse respeito e carinho. Isso é conquista diária. Fico feliz com essa responsabilidade que tenho de ser uma das mais antigas, experientes. Tudo o que acontecer lá, como pedido de autógrafos, fotos, vou tentar atender ao máximo. (No passado) eu me espelhava em atletas, ídolos que tinha. Quando eu estiver lá, alguns vão se espelhar em mim e isso vai ser uma honra.
Aos 31 anos, ela não é do grupo de atletas que coloca uma data para dar adeus à seleção. Por isso, prefere não pensar se Toronto pode ser seu último Pan com a camisa ver de e amarela.
0 Comentários