Em um ano de poucas competições para as seleções brasileiras de vôlei, tanto homens quanto mulheres ficaram sem conquistar títulos nas quadras em 2015, ao contrário do que aconteceu na praia, onde os representantes do país dominaram os pódios pelo mundo.
O calendário não ajudou, e a reta final dos principais torneios - Liga Mundial, Grand Prix e Jogos Pan-Americanos - foi disputada praticamente ao mesmo tempo, em julho.
Os técnicos adotaram medidas diferentes para lidar com essa situação: José Roberto Guimarães preferiu montar duas equipes de nível técnico semelhante no feminino, enquanto no masculino Bernardinho levou o time A para a fase final da Liga Mundial, no Rio de Janeiro, e time B para o Pan de Toronto.
A equipe feminina, atual bicampeã olímpica, começou o Grand Prix muito bem, com nove vitórias nos nove jogos da primeira fase. Porém, no hexagonal decisivo em Omaha (EUA), já com o grupo de atletas dividido e sob o comando de Paulo Coco, derrotas para Rússia e Estados Unidos deixaram a seleção brasileira em terceiro lugar. As donas da casa ficaram com o título.
Enquanto isso, no Canadá, a equipe de José Roberto caminhou tranquila até as semifinais, em que precisou de uma incrível virada para vencer Porto Rico por 3 sets a 2 e lutar pelo ouro. Porém, quem subiu no lugar mais alto do pódio novamente foram os EUA, que levaram a melhor por 3 a 0 na decisão.
Entre os homens, concentrar as forças na Liga Mundial em casa não adiantou muito, e mais uma vez, como já havia acontecido em 1995, 2002, 2008 e 2015, a seleção fracassou como anfitriã. Com uma derrota para a França e uma vitória sobre os EUA, o time comandado por Bernardinho caiu ainda na terceira fase. Os 'Bleus' foram campeões inéditos depois de derrotarem a Sérvia na final.
No Pan, a equipe reserva não fez feio. O Brasil se classificou como primeiro em sua chave e fez 3 a 0 sobre Porto Rico nas semifinais, mas em final emocionante, caiu para a Argentina em cinco sets.
O outro grande torneio que aconteceu nas quadras entre seleções foi a Copa do Mundo. Entretanto, como era válido como pré-olímpico, as equipes do país ficaram fora por já ter vaga nos Jogos do Rio garantida por sediar o evento. Os EUA ficaram com o troféu no masculino, e a China, no feminino.
O único time brasileiro a ser campeão nas quadras foi o Sada Cruzeiro, que venceu o Zenit Kazan, da Rússia, na final do Mundial de Clubes masculino, ocorrido em Betim, na Grande Belo Horizonte. No feminino, quem se deu melhor foi o Eczacibasi Vitra, da Turquia, com o Rexona Ades Rio apenas na quarta colocação.
Se na quadra não houve muitos motivos para comemorar, na praia eles apareceram em abundância. Na principal competição do ano, o Campeonato Mundial, realizado nas cidades holandesas de Amsterdã, Roterdã, Apeldoorn e Haia, o país dominou o pódio, com cinco das seis duplas medalhistas.
Melhor dupla do ano entre as mulheres, Ágatha/Bárbara Seixas obteve o ouro ao vencer Fernanda Berti/Taiana na final. O bronze foi conquistado por Juliana e Maria Elisa, que superaram as alemãs Katrin Holtwick e Ilka Semmler.
Na chave masculina, os holandeses Reinder Nummerdor e Christiaan Varenhorst foram os "intrusos" entre os medalhistas, ficando com a prata. O título foi de Alison e Bruno Schmidt, enquanto Evandro e Pedro Solberg foram os terceiros colocados.
No Circuito Mundial, os campeões foram os mesmos. Ágatha e Bárbara venceram apenas três das 16 etapas, mas foram premiadas pela regularidade. Já Alison e Bruno triunfraram em seis dos 15 fins de semana de disputas.
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