Conheça a Liga Gay de Vôlei - Campeonato acontece no Amazonas

 
Todos os anos, desde 1992, a cidade de Manaus recebe a Liga Gay de Vôlei, um campeonato organizado para dar espaço aos atletas homossexuais e seus times. Com nomes de seleções nacionais - a final de 2015 foi entre Ucrânia e Nigéria, os times são divididos em chaves e competem, em meio de muito afronte, coreografias, torcida e gritaria. Sim, o afronte faz parte do regulamento e ajuda a deixar o jogo mais pegado e engraçado. 
 
O campeonato ganhou maior repercussão no último ano porque contou com a divulgação das inscrições através do Globo Esporte. O programa também fez uma matéria sobre a final do torneio, que bombou na internet. Para você conhecer um pouquinho mais, a Lado A traz a história dos mais de 20 anos de tradição:
 
História

Agenor Peixoto, criador do evento, conta que o trabalho de idealização da Liga Gay surgiu bem antes de 1992, mas que foi nesse ano que ele fundou o torneio. Na época, existiam apenas dois times de 6 jogadores, eram o Guerras na Estrelas e Balaquitas. Conta a lenda que a rivalidade era tremenda e, quando se enfrentavam, a disputa ficava quente. Entretanto, eles dispersaram, uma vez que não tinham a oportunidade de jogar na liga profissional por conta do preconceito, resquício da ditadura militar. 
 
O pessoal só se reunia para ver os jogos do campeonato profissional, na quadra do SESC e foi lá mesmo que Agenor começou a juntar as gays para organizar a primeira Liga Gay de Vôlei. No início, o número de atletas era grande e, para dar uma boa quantidade de time, ele decidiu que o campeonato seria 4x4 sem reserva. A primeira edição aconteceu na quadra dos padres Capuchinhos, com regulamento definido, já com o afronte dentro das regras e as equipes representando países - duas tradições que perduram até hoje. Peixoto conta com orgulho que o evento é mais antigo do que as Olimpíadas Gays, nos Estados Unidos, instituída em 1993.  
 
Foi uma festa. Tinha time que usava sainha, outro preferiu o shorts curto e a seleção da China até puxou os olhos com esparadrapo. Entretanto, toda essa "boiolagem" bem pensada não agradou ao Frei Fulgência, que retirou os competidores da quadra. Precisando de um novo espaço para terminar o torneio - que tinha os jogos nos finais de semana dos meses de outubro, novembro e dezembro, Peixoto encontrou apoio da diretoria do SESC.  E foi assim que a história se construiu. O modelo mudou para 16 times, distribuídos em duas chaves de 8, todos disputando contra todos. As equipes antes eram de quartetos, com quatro reservas.


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