Nestle Osasco vence Rexona AdeS e sai na frente na semifinal

Osasco x Brasília, Superliga feminina de vôlei (Foto: João Pires/Fotojump)

Osasco e Rio de Janeiro protagonizam uma das maiores rivalidades do vôlei mundial. Nada menos do que dez das últimas 11 edições da Superliga feminina foram decididas pelas equipes. Nesta temporada 2015/2016, calhou delas se encontraram na semifinal. Sorte de quem assistiu a abertura do confronto, pois os arquirrivais protagonizaram um jogão decidido no tie-break, na noite desta segunda-feira, no ginásio José Liberatti, em Osasco (SP). Qualidade técnica e grandes jogadoras, os dois times têm. Venceu quem teve mais coração e o apoio de uma vibrante torcida. Melhor para o Osasco, que bateu o Rio por 3 sets a 2, com parciais de 25/22, 14/25, 26/24, 19/25 e 15/10. Além de sair na frente na série em melhor de três jogos, a agremiação paulista quebrou um incômodo tabu contra o arquirrival. Havia dois anos (sete partidas), desde dezembro de 2013, que o Osasco não derrotava as cariocas.

- Essa vitória não muda muita coisa. Estamos focadas em conquistar essa vitória na próxima partida para conseguir a classificação à final - disse a ponteira cubana Carcaces, eleita a melhor jogadora em quadra.

O segundo jogo da semi vai ser na próxima sexta-feira, no Rio. Na outra semifinal, os mineiros Praia Clube e Minas iniciam na noite desta segunda a briga para ir à decisão da principal competição brasileira entre clubes.

O jogo

O primeiro ponto da partida foi um bonito rali. A bola teimava em não cair na quadra, até que a ponteira cubana Carcaces atacou para fora, cedendo o ponto ao time carioca. Tal início deixou claro que as equipes travariam uma disputada acirrada para ver quem ficaria à frente do placar. Com bom trabalho de Natália, o Rio pontuava, e Osasco respondia logo a seguir, principalmente com Carcaces, que sacava bem e comparecia com qualidade no ataque. Foi assim até que Osasco abrisse dois pontos (14/12). Empolgadas, as donas da casa melhoraram a defesa e chegaram a ter quatro pontos de dianteira (17/13). Mas em um duelo tão disputado e cheio de rivalidade, não se pode achar que está tudo ótimo. Vacilos no saque e erros nos contragolpes de Osasco fizeram com que as comandadas de Bernardinho buscassem a virada (20/19).  A adversidade acordou o time de branco e rosa. Empurrado pela torcida, o time retomou as rédeas do jogo e evoluiu na rede para vencer o primeiro set por 25/22 após 32 minutos de bola rolando.

Bernardinho reclamou bastante com as suas atletas após a brecha dada pelo Rio no fim da primeira parcial. Bronca do vitorioso treinador precisa ser assimilada. As meninas sabem disso e tratam de corrigir os erros de saque e defesa. O reflexo foi imediato e a equipe carioca abriu vantagem de quatro pontos pela primeira vez na partida (10/6). Natália, Gabi e Juciely, todas selecionáveis, viraram bola atrás de bola e fizeram com que a vantagem fosse crescendo, até que chegar a sete pontos (18/11), uma diferença complicada de buscar. Ainda mais quando um paredão bloqueia com qualidade e amplia a vantagem para dez pontos (23/13). Era questão de tempo o empate: 25/14 para o Rio e 1 a 1 no placar, após cravada de Juciely.

Osasco X Rio de Janeiro- semifinal Superliga (Foto: Wander Roberto/inovafoto/CBV) 

O revés fez com que a apaixonada torcida do Osasco cantasse mais alto. Ela sabe que, diante do Rio, o time da casa precisa dar sempre o seu melhor para obter sucesso. E foi isso o que se viu dentro de quadra. Muito mais vibrante, o Osasco dominou as ações inicias do terceiro set e partiu para frente do placar. A cubana Carcaces voltou a acertar mais, bem como a central Adenízia. Do outro lado, porém, o sempre encaixado Rio não dava moleza e empatava sempre que as osasquenses abriam mais de um ponto.  A situação só mudou quando Thaísa melhorou de rendimento e ajudou o Osasco a deslanchar. Empurrado pela central bicampeã olímpica, o Osasco abriu quatro pontos, mas viu a agremiação carioca buscar, gerando um fim de set emocionante (23/23). Marcações polêmicas da arbitragem para ambos os lados geraram reclamações das jogadoras. Venceu o terceiro set quem se recompôs mais rapidamente: Osasco 26/24, após 37 minutos de parcial.

A torcida novamente embalou o Osasco. Os ataques pelo meio com Thaísa e a defesa funcionaram no início da parcial e o time abriu 5/2. Em pouco tempo porém, após dois erros das donas da casa, o Rio conseguiu ir para o primeiro tempo técnico na frente: 8/7. Os pontos seguintes à parada seguiram do Rio, que abriu 11/7 em uma bola fora de Carcaces. A diferença se manteve até a segunda parada técnica, 16/12. Foi aí que o nome de Thaísa brilhou, com três bloqueios perfeitos e um ataque de meio indefensável, empatou a partida 16/16. A reação parou, porém, na mesma Thaísa, que atacou uma bola de meio para fora. O Rio passou a forçar o saque e o Osasco se desconcentrou totalmente. Melhor para as visitantes, que fecharam o set 25/19, em um ataque de Natália, levando o jogo para o tie-break.

A empolgação do Rio no fim do quarto set parecia ter passado para as jogadoras do Osasco no início do quinto set. As donas da casa abriram 3/0, com Adenízia, Dani Lins e um ataque para fora de Natália, na paralela. O tempo técnico pedido por Bernardinho pouco adiantou e, na volta, as anfitriãs abriram 6/1, com mais dois bloqueios. Aí, foi a vez do Rio de Janeiro embalar três pontos seguidos e se colocar novamente na disputa, fazendo com que Jefferson Arosti pedisse tempo. O Rio até tentou encostar e trouxe a vantagem para um ponto, mas o bloqueio do Osasco estava muito bem postado. Até a levantadora Dani Lins conseguiu ponto nesse quesito. Venceu quem teve coração e a torcida apaixonada a seu favor na quadra: 15/xx e vitória importantíssima por 3 sets a 2 para o Osasco.


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