A Superliga feminina de vôlei deve perder mais uma de suas estrelas em breve. Bicampeã olímpica com a seleção brasileira, a ponteira Jaqueline já aceita deixar o país para continuar em atividade, mesmo que isso signifique treinar e jogar longe do marido Murilo. Os dois defenderam o Sesi na última temporada, mas a equipe reduziu seu investimento no time feminino e dispensou suas principais jogadoras.
Jaque já esteve em situação parecida quando retornou ao esporte após a gravidez de Arthur, primeiro filho do casal, em 2014. Ela chegou a considerar a aposentadoria das quadras por não ter clube para defender no País e não querer a família dividida em dois países. À época, o técnico da seleção José Roberto Guimarães cogitou montar uma estrutura para treinar a pernambucana e não perdê-la do time nacional às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016.
Jaque acabou contratada pelo Minas para a Superliga daquele ano, enquanto Murilo defendia o Sesi de São Paulo. Na última temporada, os dois jogaram pelo clube paulista, que manterá projeto de alto rendimento apenas em seu time masculino.
"O Arthurzinho já está maior. Antes era difícil para mim. Mãe de primeira viagem, eu ficava muito nervosa e ainda estava no período depois do parto, meio depressiva, insegura. Agora estou tranquila. Se tiver que ir para fora, eu vou. Vou ser feliz. Não adianta ficar aqui mendigando", disse Jaque.
Marido da ponteira bicampeã olímpica, Murilo tem mais um ano de contrato com o Sesi, eliminado na semifinal da Superliga masculina. Após o fim de seu vínculo com o time paulistano, ele também pode deixar o País.
"Se tiver que parar de jogar um ano, vou continuar treinando e depois vamos eu e o Murilo embora. Não quero me preocupar, ficar chorando", apontou a atleta.
O que atrapalha as pretensões de Jaqueline continuar jogando no Brasil é o ranqueamento feito pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em que cada jogadora recebe uma pontuação por desempenho em quadra e os times têm de montar seus elencos respeitando um limite de pontos. Jaqueline vale sete pontos e cada clube pode ter no máximo duas atletas deste nível, o mais alto do ranqueamento.
Mas não é só a ponteira pernambucana que pode deixar o País na próxima temporada de clubes. A central Thaísa recentemente anunciou sua saída do Vôlei Nestlé, sediado na cidade de Osasco, por não concordar com a redução salarial proposta pela equipe para o ano vindouro. Já Fabiana, também dispensada pelo Sesi, tem como prioridade continuar atuando no País.
As três fazem parte do grupo da seleção brasileira convocado por Zé Roberto Guimarães para o período de preparação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Das 19 atletas chamadas pelo treinador, apenas Sheilla, Fernanda Garay e Mari Paraíba atuam fora do Brasil.
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