Talento. William, que é o segundo levantador do Brasil, pensou que não teria mais chance no grupo de Bernardo Rezende e pensou até em trocar o vôlei pelo golfe
Como jogador de golfe, William é ótimo levantador de vôlei. E de pensar que o "El Mago", apelido que ganhou após quatro anos no vôlei argentino, chegou a pensar em defender a seleção de golfe do país vizinho. A primeira opção era o vôlei, mas o golfe se tornou uma aposta para o atleta. William, que viu excelentes levantadores vestirem a camisa do Brasil, pode agora realizar o sonho da Olimpíada. E o melhor de tudo, pelo seu país.
Ele é o segundo levantador e está entre os 14 escolhidos pelo técnico Bernardinho para a Liga Mundial, torneio preparatório para Rio-2016. A estreia, nessa quinta-feira, às 14h, será contra o Irã, na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, na Barra (Globo e SporTV). Para a primeira fase, no Brasil, Bernardinho cortou Sidão, com dores musculares, e Maurício Borges.
— O que é do homem o bicho não come — brinca William, eleito pela sexta vez seguida o melhor levantador da Superliga. — Confesso que em algum momento, nesse período na Argentina, tinha perdido a esperança de jogar pelo Brasil. O fato é que hoje me sinto mais parte no grupo. Minha hora chegou.
William, que defendeu o Brasil em 2013 (prata na Liga Mundial e ouro no Sul-americano) e 2015 (quinto na Liga), diz que essa deve ser a primeira e a última Olimpíada da carreira. Por isso, curte o que pode e treina como nunca. Lembrou que foi a burocracia na Argentina para adquirir a naturalização que o empurrou de volta ao Brasil.
— Abri mão da investida da comissão técnica da Argentina porque minha família queria que eu voltasse para o Brasil. E ainda recebi ótimo convite do Cruzeiro para a Superliga (onde está até hoje e onde ganhou quatro títulos nacionais). A ideia era disputar o Mundial e a Olimpíada de 2012 pela Argentina. Mas o bonde passou. E se tivesse embarcado, não estaria aqui — diz o atleta, que treinava vôlei e golfe. — O golfe seria a segunda opção. E poderia defender a Argentina ou o Brasil. Encarava a sério mesmo, disputava torneios.
Para o técnico Bernardinho, a Liga Mundial será encarada como preparação para a Olimpíada. O Brasil é o maior vencedor da competição com nove títulos. Mas desde 2010 não chega ao lugar mais alto do pódio. Em 2015, ficou em quinto.
— Estamos há algum tempo engasgados na busca pelo decacampeonato, mas a preocupação é crescer, jogar bem e se sentir confiante para chegarmos no melhor momento nos Jogos — explicou o técnico, que elogiou o Irã. — Foi campeão asiático muitas vezes, está na Olimpíada por mérito e conta ainda com Marouf, um dos melhores do mundo (melhor atacante na Liga em 2014, na Copa da Ásia em 2010, e MVP do campeonato asiático em 2013).
TABELA OLÍMPICA
Na quarta-feira, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) divulgou a tabela do vôlei masculino na Olimpíada. O Brasil, ouro em Atenas-2004 e prata em Pequim-2008 e Londres-2012, estreia contra o México, em 7 de agosto. Depois, enfrenta Canadá, EUA, Itália e França, em 9, 11, 13 e 15 de agosto, respectivamente, pelo grupo A. A chave B tem Polônia, Argentina,Cuba, Rússia, Irã e Egito.
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