Se tem um posição que deve estar dando uma tremenda dor de cabeça ao técnico Bernardinho é a de central. Com quatro jogadores lutando por três vagas na seleção que representará o país na Olimpíada do Rio, de 5 a 21 de agosto, a disputa tem sido acirrada e conquistada a cada partida. Neste domingo, Maurício Souza certamente deve ter ganho alguns pontos importantes nessa briga. Com um atuação simplesmente espetacular, o vice-campeão da Superliga com o Campinas só faltou fazer chover na vitória sobre os donos da casa, pela terceira etapa classificatória da Liga Mundial, disputada em Nancy, na França. Com 18 acertos, nove deles apenas em bloqueios, o paredão brasileiro foi decisivo no triunfo por 3 a 1, parciais de 25/21, 26/24, 22/25 e 25/21, resultado que garantiu o Brasil na primeira colocação geral da fase de classificação da competição.
Mas o jogador do Campinas não foi o único Maurício que brilhou neste domingo, na França. Seu xará, o Borges, também teve uma atuação destacada. Também brigando por uma vaga entre os quatro ponteiros que estarão entre 12 jogadores que irão á Olimpíada, o jogador do Arkas Spor, da Turquia, foi o segundo maior pontuador da seleção brasileira, com 16 acertos. Evandro teve 14 e Wallace, que começou no banco, 10. Pelo lado dos donos da casa, o ponteiro Earvin Ngapeth também se destacou. O melhor jogador do mundo teve 19 acertos.
Primeiro colocado na fase de classificação com oito vitórias e apenas uma derrota, o Brasil pega a Itália, no dia 13, e os Estados Unidos, dia 15, pelo grupo A. Já os anfitriões poloneses, que terminaram apenas na 10ª colocação, enfrentam Sérvia e França pelo grupo B. Os dois primeiros de casa chave avançam às semifinais, marcadas para o dia 16.
O JOGO
Com apenas Bruninho e Éder mantidos entre os titulares em relação à equipe que começou a partida contra a Bélgica, no sábado, a seleção começou o confronto contra os donos da casa a todo vapor. Vibrante e com uma postura completamente diferente do dia anterior, o Brasil abriu 7/3 e obrigou Laurent Tillie a parar o jogo. A parada surtiu efeito, mas nem tanto em função do pedido de tempo pelo técnico da França. E sim pela passagem de Ngapeth pelo saque. Com cinco bombas seguidas, o melhor do mundo quebrou o passe brasileiro e comandou a reação francesa, que virou para 8/7. A troca de liderança levantou a torcida, e os atuais campeões da Liga Mundial seguiram na frente até Maurício Borges bloquear Ngapeth e deixar tudo igual em 20/20. E foi novamente o central brasileiro quem colocou a seleção em vantagem com outro bloqueio. A virada bagunçou o sexteto francês, que não se achou mais em quadra. Melhor para a seleção brasileira, que, embalada ótima sequência de Wallace no saque, fechou o primeiro set por 25/21.
A vitória encheu o sexteto do Brasil de moral, que não se intimidou com a pressão da torcida francesa. Com ótima atuação de Maurício Souza, principalmente no bloqueio, a seleção se manteve à frente até a primeira parada técnica obrigatória (8/7). O paredão brasileiro continuava pesado, e, com dois pontos seguidos no fundamento, a vantagem aumentou para três pontos. Mas, a exemplo do primeiro set, bastou Ngapeth passar pelo saque para o passe do Brasil perder o rumo, e a França reassumir a dianteira (12/11). Mas foi por pouco tempo. Em outro bloqueio de Evandro, o sétimo da seleção na partida, a liderança mudou de lado outra vez. E ela se sustentou do lado verde e amarelo até o 19º ponto. Os franceses até passaram a frente e fizeram 21/19, mas a seleção brasileira manteve o equilíbrio, buscou o resultado e fechou em 26/24, após um ace de Wallace, para fazer 2 a 0.
Laurent Tillie aproveitou o terceiro set para testar sua equipe. Mesmo com algumas mudanças em relação ao time que jogou as duas primeiras parciais, a França voltou melhor e fez 7/5. Bernardinho não quis dar chance para o azar e parou o jogo antes da parada técnica obrigatória. Mas de nada adiantou. Rossard continuou fazendo estragos no saque e, com o segundo ace seguido, aumentou a vantagem dos donos da casa para 8/5. A diferença voltou a cair para apenas um ponto, mas, novamente com Ngapeth no saque, os franceses voltaram a abrir no marcador (13/10). Mas o set começou a escapar de vez quando Wallace mandou longe uma bola pela saída de rede, e a vantagem subiu para cinco. Os franceses quase vacilaram na reta final da parcial, mas fecharam em 25/22 e se mantiveram vivos na partida.
Embalada pela vitória no set anterior, a França começou melhor e rapidamente fez 4/1. Mas o Brasil estava vivo no jogo. Com Isac no lugar de Éder, a seleção deixou tudo igual num contra-ataque aproveitado pelo oposto Evandro. Mas, como de hábito na partida, fó só Ngapeth passar pelo saque para os donos da casa saírem do sufoco. Com três serviços seguidos, um deles finalizado com um ace, os franceses fizeram 14/11. Se a França tinha o saque de Ngapeth como trunfo, o Brasil tinha o bloqueio como arma letal. Em mais um de Douglas Souza, o 14º da seleção no jogo, a equipe comandada por Bernardinho virou fez 17/15. A virada desestabilizou os donos da casa, que não conseguiram mais segurar o Brasil. Com um volume de jogo incrível, os brasileiros fecharam em 25/21 e venceram por 3 a 1.
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