Um abraço dourado, molhado por lágrimas e com sensação de missão cumprida. Quatro anos depois, Alison e Emanuel, enfim, comemoraram um ouro olímpico. A vitória ao lado de Bruno Schmidt diante da emblemática Arena de Copacabana lotada sepultou qualquer pendência que pudesse existir para o Mamute pela prata em Londres 2012. Faltava, no entanto, o agradecimento. Na zona mista, o capixaba avistou o ex-companheiro discreto, de longe, e fez a convocação. Emanuel parecia esperar um momento de menos badalação, mas não resistiu. Juntos os, agora, dois campeões olímpicos não puderam conter o choro.
A parceria, que durou três anos, de 2010 até 2013, rendeu 14 títulos para o Brasil. O ouro olímpico, porém, era a ausência no currículo, e quem disse que Emanuel não esteve presente na conquista na Rio 2016. Depois das lágrimas, Alison fez questão de dizer obrigado e ressaltou a importância do ex-companheiro em sua formação não somente como jogador:
- O Emanuel para mim é um irmão mais velho. Me ensinou muita coisa que passei para o Bruno. Ser um atleta, respeitar o adversário, sempre acreditar nos seus sonhos, ter gana... Sempre nos falamos pelo telefone e sabia que íamos nos encontrar no momento certo. Ser campeão olímpico e entrar nesse grupo que ele estava, é incrível. Muito do que sei é graças a ele. Ser campeão olímpico e querer ensinar os outros, é diferente. Agora, esse é nosso papel. Não temos noção do que está acontecendo, mas acho que estamos no caminho certo.
O fim de 2013 marcou o ponto final da dupla, abrindo o caminho para que Alison encontrasse Bruno Schmidt. Aposentado pouco antes dos Jogos do Rio, Emanuel celebrou a conquista do pupilo e se mostrou orgulhoso com o legado de uma das parcerias mais vitoriosas do vôlei de praia brasileiro.
- É um abraço de comprometimento. Quatro anos atrás, estávamos comprometidos em representar o Brasil. Agora, ele veio aqui e representou. Foi a continuidade do que construímos. Ele fez isso da melhor maneira possível, é um dos melhores do mundo, uma pessoa que vai ser ouvida, venerada e exemplo para outras gerações. Ele conseguiu transcender a parceria que tivemos.
Por fim, o campeão olímpico de Atenas 2004 foi só elogios para o Mamute. Melhor bloqueador do mundo, Alison sempre fez questão de absorver toda experiência do maior jogador de todos os tempos.
- Quando conheci o Alison e chamei para jogar, era um atleta vitorioso, tinha sabedoria, queria aprender, escutar tudo. O vi fazendo quase tudo que a gente fez e até melhor. Na final, foi muito aguerrido, evoluiu muito e é merecedor dessa medalha.
Medalha de Alison e Bruno, mas com muita participação de Emanuel.
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