Brasil perde para Itália e se complica no grupo

Depois do revés para os americanos, o Brasil precisava da vitória. A classificação estaria garantida se fosse por 3 sets a 0. Escapou por entre os dedos de novo. Na madrugada deste domingo, a equipe saiu na frente, criou oportunidades, mas pecou em momentos decisivos e acabou perdendo por 3 a 1 (23/25, 25/23, 25/22 e 25/15).  
Com a derrota, a situação se complica. O Brasil soma seis pontos, assim como franceses, canadenses e americanos. Uma das três forças ficará pelo caminho. O resultado também poderá ficar condicionado ao jogo da Itália com o Canadá, na segunda-feira. Já garantida, a Azurra poderia até mesmo "não se esforçar" tanto. E aí, o confronto direito entre Brasil e França, às 22h35.
  
O jogo
Os saques não entravam. As equipes trocavam erros. Só Giannelli passava por lá e aproveitava. Mas o jogo seguia equilibrado (9/9). Piano respondia rapidamente pelo meio, Lanza conseguia um ace, o triplo subia. A seleção piscava e quando via a Itália já tinha 12/9. Bernardinho pedia tempo e na volta Lucarelli pontuava. Duas vezes seguidas. Serginho comemorava e chamava a torcida. Maurício Souza, que finalmente pôde estrear na Olimpíada, tirava força, derrubava a defesa e também fazia o seu. Lipe deixava o banco e assumia o lugar de Maurício Borges. O Brasil não deixava os rivais desgarrarem (15/15). As duas chances de tomar o comando eram desperdiçadas com saques forçados. O time tentava de novo. Zaytsev não deixava. Wallace insistia. e Maurício Souza parava Juantorena. Virada (19/18). Os italianos buscavam e contavam com um ace de Giannelli para respirar (23/21). Ele tentava beliscar a mesma linha novamente. Não tinha sucesso. Wallace então não perdia tempo e levantava a arquibancada com um ataque furioso (23/23). O set point vinha em seguida. Zaytsev desperdiçava o contra-ataque. O Maracanãzinho explodia: 25/23.     
A esperança de garantir a vaga era mantida. Faltava levar as duas parciais seguintes. Serginho e Bruninho faziam grandes defesas. Lucarelli não enfrentava o bloqueio. Trocava a força pelo jeito. Ganhava e a seleção também (7/5). A Itália reagia com Lanza e assumia a ponta (9/8). O Brasil cometia erros bobos que rendiam três pontos de frente aos adversários (12/9). Lanza seguia desequilibrando, agora no serviço. Wallace e Lucão faziam sua parte. Lipe no saque, forçava a falha do central Birarelli no levantamento. Serginho levantava e Wallace deixava tudo igual. Para melhorar, o ataque de Lanza passava da linha. Brasil na frente (15/14). Zaytsev e Lucarelli discutiam na rede e se cumprimentavam pouco depois.
Os italianos iam se irritando. Juantorena chutava a placa. Lanza gritava de raiva ao falhar no saque. Ainda assim, conseguiam entrar na reta final em vantagem ao frearem Lipe (21/20). Bruninho acionava Wallace e ele correspondia. Bernardinho fazia a inversão. William e Evandro na quadra. Zaytsev era parado pelo duplo brasileiro (22/21). Birarelli empatava. Giannelli ia para o saque e desarrumava a recepção. A Itália aproveitava o momento e fechava: 25/23.
O set perdido comprometia a classificação por antecipação, mas ainda havia uma partida a ser vencida. Os comandados de Bernardinho começavam melhor (5/1). A sintonia fina entre Lucão e Bruninho funcionava bem rendia um 10/7. Num leve momento de descuido do bloqueio, italianos na frente (12/11). A energia em quadra baixava e no ginásio também (15/12). Wallace chamava o time e o momento de apagão ficava para trás (17/17). Lucarelli  virava o pé direito e ficava caído. Depois do susto, ele se levantava e tinha o nome gritado pela torcida. A vantagem de 20/19 se perdia. A Itália fazia 22/20. Zaytsev aparecia. Wallace roubava um pontinho dos rivais (23/22). Mas Zaytsev não desistia e numa precipitação de Maurício Souza a parcial era dos comandados de Gianlorenzo Blengini: 25/22.
A seleção já não fechava mais todos os espaços na defesa e facilitava a vida dos rivais (11/7). Embora lutasse, os italianos apresentavam mais volume de jogo. Tinham a partida nas mãos (18/10). Estavam pertinho de pôr fim a uma freguesia história nos Jogos Olímpicos. Nas oito vezes em que os países estiveram frente a frente em edições anteriores, todas as vitórias haviam sido brasileiras. Nesta madrugada, não: 25/15. 


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