Zé torce para que selecionáveis não engravidem no início do ciclo olímpico

 
José Roberto Guimarães evento São Paulo vôlei (Foto: David Abramvezt)

Escolado após 14 anos no comando da seleção brasileira feminina de vôlei, José Roberto Guimarães começa um novo ciclo olímpico preocupado com as baixas que ele pode ter neste primeiro ano do período que culminará na disputa dos Jogos de Tóquio 2020.

Além da aposentadoria da equipe nacional de jogadoras consagradas, como as bicampeãs olímpicas Sheilla e Fabiana, e de outras que podem seguir o caminho, Zé torce para não ter que lidar com a ausência por conta de gravidez. A primeira convocação será em abril e, o treinador já deixou claro que ela contará com caras novas.

– É um trabalho longo e árduo. Algumas jogadoras devem sair da seleção. Outras, por opção, podem fazer um ano sabático, porque é um ano de transição, sempre foi assim o ano pós-olímpico. Mas estou torcendo para que ninguém engravide. É o ano que elas deixam para engravidar. Ou agora ou o ano que antecede os Jogos Olímpicos. A gente tem que monitorar isso também – disse o técnico, em evento da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), nesta segunda-feira, em São Paulo.

No ciclo olímpico que culminou na Rio 2016 três jogadoras sempre presentes nas convocações de Zé decidiram ser mães. A ponteira Jaqueline, bicampeã olímpica, engravidou e desfalcou a seleção durante todo a temporada 2013. Um ano antes da última Olimpíada, a oposta Tandara, campeã olímpica em Londres 2012 e atleta de confiança do treinador, realizou o sonho da maternidade e acabou não conseguindo readquirir a forma, ficando fora da lista final para os Jogos do Rio. Caminho diferente percorreu a levantadora Fabíola, que deu à luz em maio do ano passado, mas conseguiu estar a apta a ser reserva de Dani Lins no Rio de Janeiro.

Fabíola treino seleção vôlei (Foto: João Gabriel Rodrigues)

Com três meses até a primeira convocação deste novo ciclo, José Roberto disse que ainda não iniciou o trabalho de ver nome a nome com quem ele poderá contar.

– Por enquanto só de ouvir vozes, de falar que não vai. O mais importante é não fechar portas. Você precisa jogar sempre uma possibilidade. Uma jogadora tem prazer e amor de vestir a camisa da sua seleção é muito importante. Algumas coisas podem acontecer como gravidez, de estar há muitos anos na luta e querer da uma pausa – comentou Zé.

– Eu não estou ainda em campo para perguntar, porque elas estão jogando Superliga e algumas jogadoras estão fora do país. A seleção começa a trabalhar na primeira semana de maio e não para mais até começo de outubro. Elas precisam respirar e ver o que vão fazer do futuro – acrescentou.

Os compromissos de 2017 serão o Torneio de Montreaux, na Suíça, em junho, o Grand Prix, o Campeonato Sul-Americano e, por fim, a Copa dos Campeões, em setembro, no Japão.

– A gente vai ter uma convocação de gente nova. Não que vai se apresentar pela primeira vez. Haja visto que em 2015 nós trabalhamos com duas seleções. Muitas delas já passaram pela seleção ou jogaram Grand Prix, Jogos Pan-Americanos. Enfim, nós precisamos dar andamento para esse planejamento até Tóquio 2020, sendo que temos o Mundial de 2018, também no Japão – disse Zé.


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