Em janeiro deste ano, Renan Dal Zotto assumiu o cargo de treinador da seleção brasileira de vôlei. Uma missão complicada. Afinal, ele entrou para substituir o vitorioso Bernardinho, tido como um dos maiores da história e dono de inúmeras conquistas, dentre elas duas Olimpíadas (Atenas 2004 e Rio 2016), oito Ligas Mundiais e três Mundiais. Pouco depois de se tornar o novo comandante, o ex-jogador iniciou as convocações e as disputas da Liga Mundial. O Brasil até teve altos e baixos nas etapas de Pesaro, Varna e Córdoba, sofrendo derrotas para Polônia, Bulgária e Argentina, mas terminou a primeira fase da Liga Mundial em segundo lugar na classificação geral, atrás apenas da França. Por isso, o comandante está confiante para a fase final em Curitiba, de terça a sábado, com jogos na Arena da Baixada.
Renan afirma não sentir pressão por substituir Bernardinho. Afinal, o ex-técnico é "insubstituível" e "único", nas palavras do novo comandante. O atual treinador quer mesmo escrever sua própria história na seleção e, para isso, promete seu melhor.
- A pressão é natural de estar representando o Brasil em uma competição importante como a Liga Mundial. É uma responsabilidade enorme. Não estou aqui para substituir o Bernardo, até porque, no meu modo de ver, ele é insubstituível, é único. Vou tentar fazer o meu melhor em cima do que acredito. As coisas estão acontecendo, estão indo legal, e acho que essa Liga Mundial é um belo desafio, uma final importante, jogando em casa. Preparados nós vamos estar, isso eu posso dizer. Hoje o nível internacional é muito equilibrado, haja visto que na fase classificatória tivemos três derrotas, e nenhuma das seleções que nos venceu está aqui. É um ganha e perde, é muito equilibrado - comentou Renan.
Renan Dal Zotto contou que, antes de assumir o comando do time masculino do Brasil, conversou várias vezes com Bernardinho. Na semana passada, se reuniu com ele e toda a comissão técnica no Rio de Janeiro para uma conversa. Ou seja, o ex-técnico segue presente.
- Tê-lo próximo é muito bom para nós, porque primeiro ele conhece todo mundo como poucos e é um cara inspirador para todos nós, atletas, comissão...Ter alguém assim no nosso entorno é muito, muito bom - falou.
A seleção brasileira passa por uma renovação depois dos Jogos Olímpicos. Apesar da manutenção de alguns jogadores campeões na Rio 2016 como Wallace, Bruninho, Lucão e cia., nomes novos como Rodriguinho, Otávio e Thales estão no elenco da Liga Mundial. Para a fase final, Renan Dal Zotto não contará com Lipe, que se machucou na etapa da Argentina e foi diagnosticado com um estiramento na panturrilha esquerda. Mais recentemente, ele perdeu Evandro, que trata uma trombose. Para o lugar desse último, chamou Renan Buiatti, o gigante de 2,17m.
- Evandro fez uma Superliga fantástica, chegou muito bem na seleção, estava como maior pontuador na primeira etapa, em Pesaro, mas infelizmente teve esse problema. Foi uma fatalidade, poderia acontecer em qualquer momento, mas aconteceu agora. Não é nada muito grave para ele, infelizmente, foi o momento em que aconteceu. A gente torce pela rápida recuperação e é um garoto que vai fazer falta com certeza porque é um dos grandes opostos do mundo. A chegada do Renan é muito bem-vinda. Ele já teve a oportunidade de jogar três jogos, dois muito bem e um abaixo do potencial dele. É um garoto preparado, que está treinando muito bem. Estamos felizes com a participação dele, mas tristes com a ausência do Evandro - opinou.
Renan Dal Zotto afirmou que todas as equipes que estão na fase final da Liga Mundial são fortes. Ele explicou que o equilíbrio é enorme e que isso se traduz nos resultados recentes nas grandes competições: a campeã da última Liga Mundial foi a Sérvia; quem levou o Mundial foi a Polônia; a França foi campeã europeia, e o Brasil ganhou a Olimpíada. Ou seja, os campeões não têm se repetido. Apesar disso, o comandante analisou os primeiros rivais brasileiros.
- O Canadá fez uma campanha bastante regular, diferente por exemplo dos Estados Unidos, que estão no outro grupo, começaram mal e foram crescendo na competição. O Canadá sempre esteve na mesma batida. Muito homogêneo. Difícil dizer quem é o top dos tops, os jogadores são muito equilibrados. Eles têm como característica principal o volume de jogo, bloqueio, defesa, erram muito pouco. É uma equipe que tem que ter muita paciência. E a Rússia já é outra escola. É uma equipe grande fisicamente, forte, e que tem na sua essência um jogo pesado, de força, muito ataque, bloqueio, um saque extremamente forte. São times completamente diferentes e vamos ter que nos adequar para tirar o nosso melhor a cada jogo, frente a cada estilo de jogo. O que temos que pensar é fazer o nosso melhor sempre - concluiu.
Na fase final da Liga Mundial, o Brasil terá pela frente, na primeira rodada, dia 4, às 15h05 (de Brasília), o Canadá, enquanto na quinta-feira, 6 de julho, o duelo é com a Rússia. Caso avance, jogará a semifinal na sexta, 7, e a decisão será dia 8, sábado. Todos os jogos do Brasil terão transmissão da TV Globo e do SporTV, além de tempo real no GloboEsporte.com.
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