No total, 18 mil pessoas compareceram ao ginásio para acompanhar uma final que reunia dois times que nunca haviam sido campeões do torneio nacional. De um lado, o Cruzeiro, uma equipe coesa, marcada pelo conjunto e, principalmente, empurrada por uma multidão azul que lotou o ginásio e vibrava a cada ponto.
Do outro, um Sesi com campeões mundiais na quadra e no banco de reservas. Após quatro sets, prevaleceu a experiência de Murilo, Escadinha e do treinador Giovane Gavio, que souberam lidar com a atmosfera adversa. O título é especial para o técnico do Sesi, que conquistou o primeiro título da Superliga como treinador e para Murilo, que mesmo considerado o melhor jogador do planeta e com uma longa lista de títulos na carreia, nunca havia vencido uma Superliga.
A partida começou nervosa no primeiro set, muito por conta da pressão da torcida ensurdecedora que vibrava a cada ponto do Cruzeiro e vaiava os bons momentos do rival. Soma-se a isso a tensão natural de duas equipes que brigam pelo primeiro título nacional de sua história.
Com o equilíbrio dando o tom da partida ao longo de toda a primeira parcial, levou a melhor o Sesi, que soube colocar os nervos lugar no final. Além disso, o time paulista tinha Wallace e Serginho. Enquanto o oposto anotou dez pontos no set, o líbero fez defesas decisivas que ajudaram a fechar a primeira parcial em 25-19.
Com a vitória no primeiro set, os cerca de 2.500 torcedores do Sesi provocaram os os rivais gritando "o Mineirinho é nosso". Em troca, receberam sonoras vaias da torcida azul que lotou o ginásio.
No início do segundo set, os papeis se inveteram e foi o Cruzeiro quem passou a se sentir confortável no jogo, recolocando a torcida no jogo. A arquibancada comemorava cada ponto como se fosse um gol.
A vantagem da segunda parcial foi construída principalmente pela melhora da marcação, o que permitiu aos mineiros pontos importantes no bloqueio. Após 26 minutos, os mineiros devolveram o placar do primeiro set para empatar a decisão da Superliga em 1 a 1.
Os ânimos só se acalmaram um pouco no terceiro set, com ambos os técnicos destacando a importância desta parcial para o decorrer da final. Cautelosos, os jogadores arriscaram menos no saque - nenhum ace foi anotado no set -, e o placar permaneceu igualado até o últimos momentos. No final, o Sesi acabou vencendo no detalhe, com um bloqueio de Japa e Sidão, que fechou a parcial em 27 a 25, depois de 33 minutos, o set mais longo do jogo.
Abalados pelo revés no terceiro set, o Cruzeiro começou mal a quarta parcial, parando nos bloqueio do Sesi. O bom momento dos paulistas tirou a torcida do jogo e a equipe ficou apática diante do momento dos rivais. Os mineiros ainda ensaiaram uma reação, mas a vantagem imposta no início do set era muito grande e o Sesi acabou conquistando o título.

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