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Para Ricardinho diz que voltar à Seleção é como reatar com namorada

O atleta, que foi vice-campeão da Superliga em 2012 com o time do Vôlei Futuro, se mostra animado com o retorno à Seleção. Foto:  Maurício Val/VIPCOMM /Divulgação

Cinco anos depois de romper com o técnico Bernardinho em situação ainda pouco explicada - , Ricardinho está de volta ao convívio da Seleção Brasileira de vôlei. E, para o consagrado levantador, o reencontro com os colegas foi parecido ao de retomar um velho amor.

"É um pouco estranho por não saber muito bem como agir. Estava preocupado que meus companheiros de seleção fossem ficar um pouco receosos", explica o jogador do Vôlei Futuro, que treina desde a última terça-feira no centro de treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em Saquarema. "Mas a sensação é de voltar com uma ex-namorada. O casal já se conhece, sabe como se entender. E a minha impressão é que a namorada já estava me esperando faz tempo."

Ricardinho e Bernardinho romperam depois da Liga Mundial de 2007. Os dois dizem que foram questões pessoais, de relacionamento, apesar de haver versões que falam que o problema esteve relacionado à questão de premiação o melhor jogador da Liga, prêmio vencido por Ricardinho, deveria dividir metade do prêmio com o grupo por exigência do técnico. O certo é que foram feridas difíceis de sarar e até hoje não houve entre os dois pedidos formais de desculpa.

"A gente se encontrou em São Paulo, se olhou e conversou. Falamos sobre a Superliga e sobre a seleção. Ele disse que eu já sabia como a coisa funcionava e perguntou se eu queria fazer parte disso. Disse que sim", conta Ricardinho. "Temos uma relação histórica, erámos muito próximos, e sei que ele tem condição de dar algo mais", diz Bernardinho.

Os colegas de seleção receberam Ricardinho bem. "Não via nenhum problema pessoal com ele no grupo. Disse que, se ele chegasse com espírito competitivo, os companheiros iriam apoiar", afirma Bernardinho. Muito importante para isso foi o papel de Giba. Veterano no time, ele pavimentou o caminho do retorno de um dos melhores levantadores do mundo. "Meu envolvimento foi normal por todos esses 20 anos meus de seleção e de uma amizade que tenho com o Ricardinho que nunca interrompemos. Ele estava preocupado em voltar e ajudar. O que passou ficou no passado", disse o ponteiro.

Agora o trabalho será de fortalecer a relação com o grupo e, principalmente, com o técnico. "Sinceramente, o Bernardinho não mudou nada. Antes mesmo de voltar, ele já começou a me cobrar coisas que tinha deixado de fazer em quadra. Pelo menos não estamos treinando mais às 6 horas da manhã. Hoje já foi às 8 horas", brinca o levantador. "Eu também estou um pouco mais velho, tenho duas filhas, então durmo um pouco mais cedo. Não só ele mudou poucas coisas, como eu mudei bastante. Mas a essência continua a mesma."

E o que Ricardinho vai ter de trabalhar é a velocidade que, aos 36 anos, não é naturalmente a mesma de antes. "Ele tem levantado muito com os pés no chão. Vamos precisar que ele pule um pouco mais. É claro que o time não vai ser tão veloz como antes, mas vamos ganhar em experiência e qualidade e poder variar bastante", acredita Bernardinho. Tudo pela repetição da medalha de ouro olímpica que o levantador conquistou em Atenas/2004. "Sei como o título da Olimpíada é complicado. Sofremos uma pressão muito forte, mas saímos na frente porque já sabemos como se faz", afirma Ricardinho. "O ouro olímpico fecharia um ciclo não só profissionalmente como pessoalmente. Fecharia definitivamente uma ferida que estava aberta. De qualquer forma, ganhando ou não, quero ter a convicção de que fiz a coisa certa."



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