Aos 35 anos e com três Olimpíadas no currículo, o experiente atacante Giba se prepara para comandar a seleção brasileira em busca de uma medalha de ouro nos Jogos de Londres. Só que, dessa vez, o camisa 7 vive um momento diferente: ficou longe das quadras por quase três meses por causa de uma série lesão na tíbia da perna esquerda e já não se encontra no auge da sua carreira no voleibol. Mas para os que duvidam do ponteiro, seu companheiro de quadra Ricardinho garante: independente das condições físicas, Giba será protagonista nos Jogos de Londres deste ano.
"O Giba é um fenômeno, já está bem recuperado, e seu foco agora é a Olimpíada. E quando ele põe uma coisa na cabeça, vai até o fim. E tenho certeza que, mesmo com dor, ele vai superar e estará lá jogando", assegurou o levantador, campeão olímpico em 2004.
Se no futebol o atacante Ronaldo recebeu o apelido de 'Fenômeno' pelos feitos incríveis que conseguiu dentro de campo - inclusive superando graves lesões nos joelhos e voltando a jogar em alto nível -, nas quadras é Giba quem é chamado 'fora de série', por todos os títulos que conquistou, pelos prêmios individuais e por toda a história que escreveu na seleção brasileira desde que foi convocado pela primeira vez para a equipe profissional, há 16 anos.
E, levando tudo isso em consideração, Ricardinho tem a certeza de que Giba, o 'fenômeno das quadras', como ele mesmo gosta de chamá-lo, mesmo voltando de uma lesão séria, será essencial para o Brasil conseguir o ouro nos Jogos de Londres, não só como líder da nova geração, mas também como força de ataque dentro de quadra.
"O Giba está voltando para ser protagonista. Eu não vejo ele de outra forma, senão dentro de quadra, chamando o time, virando todas as bolas. Ele já está recuperado e tenho certeza que até a Olimpíada estará voando de novo", opinou Ricardo.
No início de fevereiro, Giba sofreu uma fratura na tíbia, teve que passar por uma cirurgia e ficou dois meses e meio fora das quadras, voltando a treinar apenas nas últimas semanas, quando já estava em Saquarema com a seleção brasileira em preparação para a Liga Mundial. Uma contusão dessas às vésperas dos Jogos poderia até comprometer sua participação na competição - mas Giba não abriria mão de jogar mais uma Olimpíada apenas por causa de um 'pequeno' obstáculo.
"Ele se superou sempre, desde a infância. É um campeão, e eu tenho certeza de que ele vai chegar lá e mostrará aquele Giba de sempre, com muita garra, muita determinação, sempre tentando incentivar e empurrar o jogador que estiver caindo de produção", previu Ricardinho.
E o levantador da seleção brasileira fala isso porque conhece muito bem o capitão Giba e sabe que ele não se contentaria com um mero papel de coadjuvante na equipe que vai buscar o terceiro ouro olímpico para o Brasil no vôlei masculino. O próprio camisa 7, em declarações que deu no ano passado, deixou bem claro que só queria ser convocado para Londres se ainda pudesse ser útil para o time dentro de quadra e, por tudo isso, já está trabalhando muito para chegar à sua melhor fase nos Jogos de Londres.
"Com certeza ele vai se preparar durante a Liga Mundial para esse foco, que é a Olimpíada. O Giba está indo com foco de jogar, de estar em quadra, e ele vai ajudar a seleção jogando. Fora de quadra ele consegue conduzir o time muito bem, mas agora seu objetivo é jogar", sentenciou o levantador.
Operado em 13 de fevereiro, Giba anunciou na terça-feira da semana passada que a fratura na tíbia estava completamente consolidada e, portanto, já estaria pronto para participar dos treinamentos com a seleção. É bem provável que ele não esteja em quadra nos primeiros jogos da Liga Mundial, que começa no dia 18 de maio, mas deve voltar a jogar ainda na primeira fase da competição. O planejamento dos médicos da seleção é que ele alcance o seu mais alto nível durante a fase final do campeonato, o último que o Brasil disputará antes da Olimpíada de Londres.
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