Antes de ser tricampeão olímpico com a seleção feminina de vôlei, José Roberto Guimarães teve de lidar com uma pressão a cerca de três semanas da competição, ao anunciar o corte de Mari dos Jogos. A ponteira, uma das mais queridas do grupo, se despediu das companheiras e poucos dias depois fez duras críticas ao treinador. Agora, com a medalha de ouro, Zé Roberto se explicou.
Nesta sexta-feira, durante sua participação noUOL Esporte Entrevista, ele declarou que deu vários toques à Mari ao longo do ciclo olímpico, para que a jogadora voltasse a render o esperado e que a levou a ser uma das melhores atacantes do mundo. Porém, as dicas não surtiram efeito.
"Eu dei vários toques durante o ciclo, mas as coisas não andaram bem. A energia dela não estava de um jeito que pudéssemos tirar o melhor dela. Não era a Mari que eu conhecia e que precisávamos naquele momento", afirmou o treinador.
Na mesma semana em que foi cortada, Mari convocou uma entrevista coletiva e deixou claro que não concordava com a opinião de seu treinador. Afirmou, no prédio em que mora no Rio de Janeiro, que ainda se sentia bem para ajudar à seleção brasileira. E ainda chamou Zé Roberto de "antiético" por levar 13 jogadoras a Londres - Natália era dúvida para os Jogos e, por precaução, Camila Brait também viajou.
As críticas, porém, não abalaram o tricampeão olímpico. Sereno, ele minimizou os ataques que recebeu e afirmou que sempre terá um carinho grande com a ponteira.
"Não fiquei chateado (com as críticas), e sempre vou ter um carinho por ela. Na nossa vida as coisas passam, foi uma coisa de momento, e naquele momento ela não estava bem. Cada uma tem sua personalidade, coloca de uma maneira e tem sua opinião... Não achei ruim, é a opinião dela e tem de ser respeitada. Mas também tenho a minha opinião e naquele momento é a que prevalece, apesar de aceitar o que ela diz", declarou.
José Roberto Guimarães revelou ainda que sentiu o grupo abalado após as saídas de Mari e Fabíola, levantadora que acabou perdendo a vaga para Dani Lins e Fernandinha.
"Eu senti o grupo abalado. Elas ficaram tensas, sentiram muito. É algo que você não espera. Elas também fazem contas, acham que vai sair essa ou aquela. Mas nunca esperavam que ela (Mari) saísse. Ela é uma jogadora muito querida, que você pode colocar em qualquer posição. Mas não estava legal. Não foi a jogadora que a gente precisava", lamentou.
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